"Talvez esta semana". EUA aguardam termos da Rússia para cessar-fogo

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou hoje esperar que a Rússia apresente "dentro de alguns dias" os seus termos para um cessar-fogo na Ucrânia, e que o "realismo" destes será "revelador" das intenções de Moscovo.

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© Kevin Dietsch/Getty Images

Lusa
20/05/2025 23:21 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"A certa altura, muito rapidamente, talvez dentro de alguns dias, talvez esta semana, o lado russo vai apresentar os termos que gostaria de ver" para avançar para um cessar-fogo, disse Rubio a uma comissão do Senado.

 

O secretário de Estado norte-americano disse que o calendário resulta do telefonema de segunda-feira do Presidente Donald Trump com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e da sua própria conversa durante o fim de semana com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.  

Os russos oferecerão "condições gerais que nos permitirão avançar para um cessar-fogo, e esse cessar-fogo permitir-nos-á então iniciar negociações pormenorizadas para pôr fim ao conflito", disse Rubio.

"Esperamos que isso aconteça. Pensamos que o guião que os russos produzirem dir-nos-á muito sobre as suas verdadeiras intenções", acrescentou.  

"Se for um guião realista e se pudermos basear-nos nele, isso é uma coisa. Se contiver exigências que sabemos não serem realistas, isso será revelador", afirmou Rubio.  

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que as negociações entre Ucrânia e Rússia sobre um cessar-fogo começarão "imediatamente", deixando às partes a apresentação das condições para o efeito.  

Após um telefonema de duas horas com o Presidente russo, Vladimir Putin, Trump recorreu às redes sociais para fazer um balanço "muito positivo" do contacto, considerando que "o tom e o espírito da conversa foram excelentes".   

"A Rússia e a Ucrânia vão iniciar imediatamente negociações com vista a um cessar-fogo e, mais importante ainda, a pôr fim à guerra. As condições para isso serão negociadas entre as duas partes, como só pode ser, porque elas conhecem pormenores de uma negociação que mais ninguém conhece", adiantou.  

Na sexta-feira, representantes ucranianos e russos reuniram-se na Turquia, encontro em que o único acordo tangível foi a troca de mil prisioneiros de guerra para cada lado e a promessa de troca de listas de condições para um possível cessar-fogo.

O telefonema entre Trump e Putin teve lugar depois de a Casa Branca ter dito que o líder norte-americano "estava frustrado" com o conflito e ter planeado um telefonema separado com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na esperança de progredir para um cessar-fogo na guerra na Ucrânia.

Numa conferência de imprensa em Kyiv, Zelensky, rejeitou após o contacto com Trump retirar tropas de regiões sob controlo de Kyiv e cuja soberania a Rússia tem reivindicado nos contactos bilaterais, aguardando que Moscovo apresente condições para um cessar-fogo.

"Ninguém vai desistir das nossas terras, dos nossos territórios, do nosso povo", disse Zelensky após uma chamada telefónica entre os Presidentes russo e norte-americano.

"Não conheço os princípios (condições) da parte russa, mas pelo que percebi da nossa conversa com o Presidente Trump, a Rússia quer enviar-nos um memorando", disse Zelensky, acrescentando que perante tal documento Kyiv pode formular a sua "visão".

"Os primeiros passos têm de ser aceitáveis para ambas as partes", sublinhou o Presidente ucraniano.

No final do telefonema com o homólogo dos Estados Unidos, o Presidente da Rússia disse hoje que o retomar das negociações com a Ucrânia "está no bom caminho".

Putin garantiu estar disponível para trabalhar para acabar com o conflito na Ucrânia e que é a favor de uma "solução pacífica", reconhecendo que serão necessários compromissos que sejam do agrado de ambas as partes.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

Leia Também: Guerra na Ucrânia? Von der Leyen agradece "esforços incansáveis" de Trump

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