EUA pediram a vários países que recebam refugiados de Gaza

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou hoje que os Estados Unidos pediram a vários países que aceitem a reinstalação "voluntária" de palestinianos em fuga da ofensiva israelita em Gaza.

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© UMIT BEKTAS/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
20/05/2025 19:50 ‧ há 4 horas por Lusa

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Médio Oriente

Em resposta a uma pergunta durante uma audição perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, Rubio rejeitou hoje estarem em curso "expulsões" de palestinianos, mas sim abandonos "voluntários" do enclave atacado por Israel desde 2023 em resposta a uma incursão do Hamas em território israelita.

 

"O que discutimos com alguns países é que, se alguém se voluntariar para ir para outro lugar por algum tempo, porque está doente, porque os seus filhos precisam de ir à escola, ou o que quer que seja, existem países na região que estão dispostos a acolhê-los por algum tempo?", acrescentou.

"Trata-se de decisões pessoais e voluntárias", acrescentou.

Rubio não especificou que países foram contactados, mas negou que a Líbia fosse um deles.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu em várias ocasiões a deslocação dos dois milhões de habitantes de Gaza antes da reconstrução do enclave.

A NBC News, citando fontes não identificadas, informou recentemente que a administração Trump estava a trabalhar num plano para deslocar permanentemente até um milhão de palestinianos da Faixa de Gaza para a Líbia.

Perante a afirmação de Rubio sobre abandonos voluntários de Gaza, o senador democrata Jeff Merkley questionou: "Se não há água potável, nem comida, e os bombardeamentos estão a toda a volta, será que isso é realmente uma decisão voluntária?"

Israel voltou a avisar a população de Gaza - quase totalmente deslocada desde o início da guerra na sequência do ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 - contra uma nova ofensiva, que surge após um bloqueio que dura há mais de dois meses.  

No Senado, Rubio disse também hoje estar satisfeito por ver a ajuda humanitária a chegar finalmente a Gaza, após dois meses de bloqueio, com Israel a permitir nos últimos dias a entrada de alguns camiões.

Em resposta a um senador democrata que considerou que a ajuda inicial de 100 camiões não era suficiente, tendo em conta o risco de fome, Rubio afirmou: "Compreendo o seu ponto de vista de que as quantidades não são suficientes, mas estamos satisfeitos por ver que a decisão foi tomada".

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e canadiano, Mark Carney, declararam na segunda-feira "oposição firme à expansão das operações militares israelitas em Gaza", considerando que o "nível de sofrimento humano" no enclave palestiniano "é intolerável".

"Se Israel não terminar a nova ofensiva militar e levantar as restrições à ajuda humanitária, tomaremos novas medidas concretas em resposta", alertaram numa declaração conjunta, sem detalhar.

Em reação, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a condenação da ofensiva militar do país na Faixa de Gaza pelos líderes de Reino Unido, Canadá e França equivale a oferecer ao Hamas uma "enorme recompensa".

"Ao apelarem a Israel para que termine uma guerra defensiva pela nossa sobrevivência antes que sejam destruídos os terroristas do Hamas na nossa fronteira, e ao exigirem um Estado palestiniano, os líderes de Londres, Otava e Paris estão a oferecer uma enorme recompensa pelo ataque genocida a Israel em 07 de outubro, enquanto encorajam novas atrocidades deste tipo", afirmou Netanyahu em comunicado, referindo-se ao ataque das milícias palestinianas em 2023.

Já hoje, a União Europeia anunciou que vai rever o acordo de associação com Israel, por bloquear há mais de dois meses a entrada de comida e ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

"No final de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27, em Bruxelas, a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, considerou que é o momento de "avançar para esse exercício", depois de os Países Baixos terem apresentado uma proposta nesse sentido na reunião.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: OMS descreve "um terror sem fim" vivido pela população de Gaza

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