Israel: Nova ofensiva 'mira' "libertação e derrota" e "está no início"

O ministro da Defesa israelita avisou hoje que ainda está "no início" a operação em curso na Faixa de Gaza desde sábado, que já obrigou à deslocação de milhares de palestinianos no norte e sul do enclave.

Notícia

© Reuters

Lusa
21/05/2025 15:35 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Estamos no início da manobra 'Carruagens de Gideão', que tem um duplo objetivo: libertar os homens e mulheres raptados e derrotar o Hamas em Gaza", disse Katz durante uma visita à base naval de Ashdod, cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira com Gaza, segundo um comunicado divulgado hoje pelo ministério que lidera.

 

Durante a visita, Katz percorreu com a marinha a costa de Gaza, onde centenas de milhares de pessoas que fogem da operação militar de Israel se aglomeram nas praias de Mawasi, no sul, e no porto da cidade de Gaza, no norte.

Depois de visitar a sede do Shin Bet (agência de informação interna de Israel), o ministro da Defesa disse que o movimento islamita palestiniano Hamas estava a "planear como proceder".

"A única coisa que o Hamas está a fazer agora é sentar-se e atualizar os alvos nas comunidades perto da fronteira aqui no Estado de Israel", disse aos soldados na base naval.

No sábado, as tropas israelitas começaram a penetrar cada vez mais no enclave palestiniano, avançando sobre a cidade de Deir al-Balah (centro), onde não tinham entrado desde o início da guerra, há 19 meses, e que era um refúgio para milhares de palestinianos, bem como onde estavam sediadas várias organizações internacionais.

Já nos dias anteriores, as forças armadas tinham aumentado os bombardeamentos em Gaza, o que fez com que, desde a passada quinta-feira, o número de palestinianos mortos em Gaza rondasse ou ultrapassasse a centena por dia.

Antes do início da operação, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNWRA) estimava em 436.000 o número de palestinianos deslocados desde que Israel quebrou o cessar-fogo em Gaza, a 18 de março (embora 90% da população de cerca de 2,4 milhões já esteja deslocada).

No âmbito da nova ofensiva, Israel ordenou a retirada dos palestinianos de toda a província de Khan Yunis (sul), uma das mais densamente povoadas, para as margens de Mawasi.

A operação ocorre quando dois milhões de palestinianos enfrentam a fome, segundo a Organização Mundial da Saúde, após mais de dois meses e meio de bloqueio, por Israel, da entrada de qualquer camião com ajuda humanitária.

Alvo de forte pressão internacional, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou no domingo que iria autorizar a entrada de uma "quantidade básica de alimentos destinados à população, a fim de evitar o desenvolvimento da fome" na Faixa de Gaza.

Na terça-feira, entraram 93 camiões de ajuda humanitária da ONU, depois de na véspera apenas nove terem sido autorizados, o que a organização considerou de "uma gota de água no oceano" perante as necessidades da população.

A ofensiva israelita em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, matou cerca de 53.500 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave.

O ataque do Hamas causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, na maioria civis, segundo uma contagem da Agência France-Presse (AFP) baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 57 ainda se encontram na Faixa de Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo Exército.

Leia Também: Bigot é o novo enviado especial da UE no processo de paz no Médio Oriente

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas