Os dois funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos mortos a tiro, na noite de quarta-feira, em frente ao Museu Judaico de Washington, que eram também um casal, iam oficializar o noivado, na próxima semana, em Jerusalém.
Esta informação sobre Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim foi revelada, em conferência de imprensa por Yechiel Leiter, embaixador de Israel nos Estados Unidos.
"O jovem comprou um anel esta semana com a intenção de pedir a sua namorada em casamento na próxima semana em Jerusalém", disse.
A embaixada, refira-se, já tinha divulgado um comunicado no qual destacavam que Yaron e Sarah "estavam no auge das suas vidas".
"Toda a equipa da embaixada está de coração partido e devastada pelo seu assassínio. Não há palavras para expressar a profundidade da nossa dor e horror perante esta perda devastadora", dizia a nota.
O casal tinha ido a um evento do Comité Judaico Americano no Museu Judaico da Capital.
Yaron Lischinsky tinha 28 anos e trabalhava no departamento político da Embaixada de Israel. Tinha um mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade de Reichman e uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade Hebraica.
Milgrim, cuja idade não é conhecida, trabalhava no departamento de diplomacia pública e tinha um mestrado em estudos internacionais pela American University e um mestrado adicional em recursos naturais e desenvolvimento sustentável pela Universidade Para a Paz.
Há seis meses, o jovem casal conheceu o presidente israelita, Isaac Herzog, durante uma viagem a Washington.
Numa mensagem publicada no X, Herzog descreveu os jovens como "flores" que foram "arrancadas". "Mesmo antes de poderem ficar noivos e construir uma vida juntos", lamentou.
Tal Naim, porta-voz da embaixada israelita em Washington e amiga do casal, também reagiu: "Em vez de vos acompanharmos ao altar, estamos a acompanhar-vos à sepultura. Que perda insuportável".
Recorde-se que o principal suspeito do crime já foi detido e gritou "Palestina livre, livre" já sob custódia policial.
Em conferência de imprensa, a chefe da polícia de Washington, Pamela Smith, adiantou que o suspeito foi identificado como Elias Rodriguez, de 30 anos, de Chicago.
As vítimas estavam a sair do museu, que estava a acolher um evento, quando foram mortas.
Este ataque ocorreu num momento em que o Governo israelita é alvo de crescentes críticas internacionais pela condução da ofensiva na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse hoje que ordenou o reforço das medidas de segurança nas missões diplomáticas israelitas no mundo, na sequência do assassinato de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington.
Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou como horrível o assassínio de dois funcionários da embaixada israelita nos Estados Unidos.
Na mesma mensagem, Donald Trump disse que o ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos da América.
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse hoje estar chocada com o homicídio de dois funcionários da embaixada israelita em Washington, vincando que não há "lugar para o ódio e o extremismo".
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