Austrália recusa assinar tratado de comércio com UE "a qualquer preço"

O primeiro-ministro da Austrália descartou hoje a assinatura "a qualquer preço" de um tratado de comércio livre com a União Europeia, após os dois lados retomarem, em abril, as conversações sobre o acordo que negociam desde 2018.

Anthony Albanese, Austrália,

© Tracey Nearmy/Getty Images

Lusa
05/06/2025 06:55 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Comércio

"Procuraremos um acordo que seja suficientemente bom para a Austrália. Se nos beneficiar, participaremos. Se não, continuaremos sem assinar o que não seja do nosso interesse nacional", declarou Anthony Albanese numa sessão parlamentar, de acordo com a emissora pública ABC.

 

O líder trabalhista afirmou que as mudanças no ambiente comercial global --- em alusão à guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos --- obrigaram as duas partes a regressarem à mesa de negociações.

No final de abril, Albanese manifestou a intenção de aproveitar a viagem ao Vaticano, por ocasião do funeral do Papa Francisco, para retomar as conversações com a UE sobre o tratado de livre comércio bilateral.

Estas negociações começaram em 2018, mas estagnaram em 2023, devido a divergências em torno das denominações de origem de alguns produtos e da entrada de bens agrícolas australianos no mercado europeu.

O ministro do Comércio australiano, Don Farrell, e o comissário do Comércio europeu, Maros Sefcovic, reuniram-se esta quarta-feira, à margem da reunião ministerial anual da OCDE, em Paris, mas poucos detalhes são conhecidos desse encontro.

Farrell disse que Camberra e Bruxelas estão "a trabalhar nas questões pendentes para tentar finalizar o acordo" e que este ano poderão ser alcançados "progressos substanciais".

Entre as divergências que suspenderam por mais de um ano e meio as negociações de um acordo bilateral de livre comércio constam a exigência da Austrália em continuar a chamar "prosecco" e "feta", respetivamente, a um vinho branco e a um tipo de queijo produzidos no país oceânico, apesar de se tratar de denominações de origem europeias protegidas.

A controvérsia entre os dois territórios centrou-se também no acesso de produtos agrícolas australianos, como o açúcar, ao mercado europeu, que abrange mais de 445 milhões de potenciais consumidores.

Leia Também: Austrália sobe salário mínimo para repor poder de compra após pandemia

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas