Cientistas apelam para proteção do mar e pedem fim da pesca de arrasto

Cientistas e investigadores de mais de 15 países assinaram uma carta aberta dirigida ao secretário-geral das Nações Unidas a apelar à proteção dos ecossistemas das águas profundas e ao fim da pesca de arrasto, previsto desde 2006.

Pesca de arrasto, arrastão

© iStock

Lusa
06/06/2025 07:30 ‧ ontem por Lusa

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 "Apelamos às nações para que ajam de forma decisiva e sem mais demoras para proteger os montes submarinos e todos os ecossistemas marinhos vulneráveis, para restaurar a saúde do nosso oceano, fortalecer a resiliência às alterações climáticas e salvaguardar a biodiversidade que sustenta a vida na Terra", lê-se no texto.

 

A proclamação, liderada pela Deep Sea Conservation Coalition (DSCC) e com o apoio do International Programme on the State of the Ocean (IPSO) e do Marine Conservation Institute, baseia-se no apelo feito por cientistas há mais de 20 anos, que deu início à campanha para proteger os montes submarinos.

Na altura, em 2004, 1.452 cientistas de 69 países manifestaram-se preocupados com a pesca de arrasto nos montes submarinos e dois anos depois, em 2006, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução para pôr fim à prática.

Duas décadas passadas, a pesca de arrasto, autorizada por alguns países, continua a destruir os ecossistemas das águas profundas, alertam os investigadores, que defendem a adoção de medidas para concretizar a resolução de 2006.

"A investigação científica sobre o mar profundo aumentou significativamente o nosso conhecimento sobre estes ecossistemas e confirmou a sua extrema vulnerabilidade aos impactos das atividades humanas", refere a carta, que destaca a importância dos montes submarinos como pontos críticos de biodiversidade.

Estes montes funcionam, por exemplo, como zonas de desova, fontes de alimento, locais de descanso e pontos de referência em mar aberto para várias espécies, como baleias e tubarões.

A pesca de arrasto de fundo pode, no entanto, comprometer a integridade ecológica dos 'habitats' e comunidades, provocando uma redução significativa de corais antigos, esponjas e outras espécies que constituem aqueles 'habitats'.

De acordo com os cientistas, essa degradação "interrompe a conectividade ecológica e as funções dos ecossistemas a longo prazo, levando a uma perda persistente de biodiversidade e ao declínio dos processos e serviços ecológicos que beneficiam diretamente a humanidade".

"Os estados têm os meios necessários para travar esta destruição e salvar milhares de anos de história que estão a ser apagados pela pesca de arrasto", sublinha Lissette Victorero, assessora científica da DSCC, citada em comunicado.

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