Os quatro executivos da Tokyo Electric Power (Tepco) tinham sido condenados a pagar este montante em 2022, no âmbito de uma ação judicial intentada por acionistas, na sequência da catástrofe nuclear desencadeada por um tsunami em março de 2011.
A notícia foi hoje avançada pela agência noticiosa local, Jiji Press, porém, contactado pela agência France Presse, o tribunal não confirmou de imediato as informações.
Os acionistas alegaram que a catástrofe poderia ter sido evitada, se os responsáveis da Tepco tivessem tido em conta a investigação e adotado medidas preventivas, como a instalação de uma fonte de energia de emergência.
Os réus afirmaram, em contrapartida, que os riscos eram imprevisíveis e que os estudos citados não eram fiáveis.
Imagens difundidas pela NipponTV e pela NHK mostram queixosos a segurar uma faixa que exige uma coima ainda mais elevada, equivalente a 147 mil milhões de euros.
A faixa diz: "A responsabilidade pelo acidente nuclear de Fukushima deve ser assumida".
O montante da coima era o mais elevado alguma vez concedido num processo civil no Japão e destinava-se a cobrir os custos da Tepco com o desmantelamento dos reatores, a indemnização dos residentes afetados e o processo de descontaminação.
Segundo a Jiji Press, o tribunal de recurso negou que o tsunami fosse um acontecimento previsível.
Embora o terramoto e, sobretudo, o tsunami tenham causado a morte de 18.500 pessoas em 11 de março de 2011, o desastre nuclear, em si, não causou vítimas imediatas.
No entanto, é indiretamente responsável por vários milhares de "mortes relacionadas", reconhecidas pelas autoridades japonesas como mortes causadas pela deterioração das condições de vida das muitas pessoas retiradas da região.
Em março passado, a justiça japonesa confirmou a absolvição de dois antigos quadros da Tepco, acusados de negligência profissional durante a catástrofe de março de 2011.
Esta decisão põe termo ao único processo penal que ainda decorria relacionado com o acidente nuclear mais grave do mundo desde Chernobyl (Ucrânia), em abril de 1986.
Leia Também: China retoma importações de marisco do Japão. Foram proibidas em 2023