Robert Agius, de 41 anos, e Jamie Vella, de 42, foram considerados culpados por cumplicidade no assassinato da jornalista de investigação de 53 anos por fornecerem o explosivo de uso militar que detonou o seu carro perto da sua casa.
Os procuradores tinham pedido prisão perpétua, após um julgamento de seis semanas, tendo a sentença sido proferida hoje.
"Esperamos que o veredicto de hoje represente um passo em frente em direção a um mundo mais seguro para os jornalistas, mostrando aos potenciais assassinos que existem penas severas para quem mata um jornalista", adiantou a sua família em comunicado.
Daphne Caruana Galizia, uma das mais conceituadas jornalistas de Malta, foi assassinada num ataque com um carro armadilhado perto da sua casa, em 16 de outubro de 2017.
Dois assassinos foram condenados pelo homicídio e sentenciados a 40 anos de prisão, enquanto um terceiro recebeu uma pena reduzida para 15 anos em troca do seu testemunho.
O assassinato da jornalista, que denunciou o nepotismo e os escândalos da elite política e económica de Malta nos seus artigos, gerou indignação internacional.
Grandes protestos ocorreram em Malta contra o ex-primeiro-ministro Joseph Muscat, acusado de proteger os seus amigos e aliados durante a investigação e que foi forçado a demitir-se em dezembro de 2019.
Um inquérito público publicado em 2021 não encontrou provas de envolvimento do Estado no assassinato de Daphne Caruana Galizia, mas concluiu que o Governo tinha fomentado um "clima de impunidade" para aqueles que procuravam silenciá-la.
O julgamento do empresário Yorgen Fenech, suspeito de ordenar o assassinato da jornalista, ainda está pendente.
Foi detido em novembro de 2019 a bordo do seu iate, quando tentava deixar Malta, mas foi posteriormente libertado sob fiança em janeiro de 2025, não havendo ainda data para o julgamento.
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