A Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora/Sintra desmentiu as acusações do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM), que denunciou uma situação de assédio laboral por parte de dois médicos, que terá levado a uma demissão em bloco de cirurgiões daquela unidade hospitalar.
"A ULS Amadora/Sintra desmente os factos descritos no Comunicado publicado pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM). O teor do comunicado revela desconhecimento da situação, para além de afetar a credibilidade e o bom nome da Instituição, que serve quase 600 mil utentes", lê-se num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
Na mesma nota, a ULS Amadora-Sintra refere que o caso reportado pelo SMZS-FNAM, "referente a denúncias de assédio laboral, remonta a 2022, sendo anterior à entrada do atual Conselho de Administração".
O então Conselho de Administração, refere, "instaurou um processo de inquérito com base nas denúncias, do qual não foi apurada nenhuma situação de assédio laboral mencionada no comunicado do SMZS-FNAM, comprovada pela inexistência de processos disciplinares nessa sequência".
A ULS indica ainda que "as alegações de que o Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca perdeu a idoneidade formativa são também falsas".
"A proposta que consta no Relatório da visita de verificação de idoneidade ao Serviço de Cirurgia Geral, realizada em 18 de novembro de 2024 não é, nem podia ser, uma decisão final, uma vez que decorre o prazo de audiência prévia para pronúncia da ULS Amadora/Sintra, pelo que, até à decisão final e esgotados outros meios de reação, os internos de formação específica, permanecem em formação no Hospital", aponta.
Recorde-se que num comunicado hoje tornado público, o SMZS-FNAM alertou "para a grave situação causada pela demissão de dez cirurgiões do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), na sequência de uma situação de assédio laboral por parte de dois médicos do serviço", referindo que a situação colocava em risco "os cuidados cirúrgicos a mais de 500 mil habitantes da região".
Além disso, referia que situação "comprometeu a capacidade de formação em cirurgia geral, o que levou à retirada da idoneidade formativa dada pela Ordem dos Médicos, obrigando à saída imediata de dez médicos internos de Formação Específica e dos internos de Formação Geral para outras unidades de saúde".
Segundo a FNAM, o assédio foi "praticado por dois médicos, um deles antigo diretor de serviço, que gerou um ambiente de instabilidade e limitou o exercício profissional de toda uma equipa".
A Federação exigia ainda "uma resposta imediata e concreta por parte do Ministério da Saúde liderado por Ana Paula Martins", considerando que não pode "continuar a desvalorizar situações e denúncias de assédio laboral no Serviço Nacional de Saúde".
[Notícia atualizada às 16h18]
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