"A Fnam, acima de tudo, é alheia à vida interna de cada sindicato e não tem nenhuma agenda político-partidária", afirmou Joana Bordalo e Sá.
Em causa está a demissão coletiva de seis membros da direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), afeto à Fnam.
O jornal Público avança hoje que a demissão surge "contra o que consideram ser uma gestão sindical em função de agendas partidárias, pouco transparentes e contra a banalização do direito à greve, sem que delas tenham resultado quaisquer ganhos negociais para os médicos".
Joana Bordalo e Sá, que falava à Lusa à margem da reunião do Conselho Nacional da Fnam, afirmou que os seis membros "não participam há anos nas reuniões e decisões estratégicas" do SMZS e têm funcionado "como força de bloqueio".
"Alguns [dos membros demissionários] pertencem a lojas maçónicas que são poderosas e percebemos que há aqui todo um 'lobby' com apoio nos bastidores do próprio Governo que tenta infiltrar e assumir o poder dentro das estruturas sindicais", acusou.
A dirigente assinalou ainda que irá existir um processo eleitoral no SMZS, como solicitado pelos demissionários, e que as questões terão de ser resolvidas internamente, apesar das "declarações pouco éticas" que foram tornadas públicas.
"A Fnam não tem qualquer tipo de responsabilidade sobre a vida interna dos seus sindicatos, nem sobre o que se está a passar, mas não enveredamos por lutas políticas lideradas por organizações obscuras", acrescentou.
Ouvida pelo Público, a atual direção do sindicato afirmou tratar-se de "acusações infundadas" e acusou os membros demissionários de "uma tentativa de bloqueio da ação sindical".
O Conselho Nacional da Fnam reuniu hoje no Hotel Tuela Porto e no encontro foram discutidos vários temas, como a defesa do trabalho médico e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a direção executiva do SNS, o acordo coletivo de trabalho e "as trapalhadas" do Ministério da Saúde, tutelado por Ana Paula Martins.
Leia Também: FNAM diz ter existido "abertura" do Governo para retomar negociações