Para o ministro, "faz sentido uma candidatura suficientemente abrangente para alargar o seu espetro para além de uma lógica estritamente partidária".
À margem de uma visita à delegação da agência Lusa no Porto, Pedro Duarte defendeu "a criação de uma plataforma que envolva os partidos, que são importantes para a democracia, mas que envolva a cidadania, os cidadãos independentes, que não estão vinculados a um partido mas que querem contribuir para a sua cidade".
O ministro disse que "isso pode ser concretizado de muitas formas" e que esta plataforma que defende deve ter uma correspondência nessa candidatura.
"Estamos ainda muito longe de discutir ou pensar sequer em lugares de vereação, mas parece-me natural que depois esta plataforma tenha uma correspondência na candidatura e nos elementos que vão integrar as listas", assinalou quando questionado se, numa eventual candidatura à Câmara do Porto, estaria disponível para ceder lugares na vereação a membros do movimento independente que, em 2021, elegeu Rui Moreira.
O ministro assumiu que tem tido "já sinais bastante interessantes" de poder "combinar e partilhar pontos de vista para a cidade com muitos elementos que têm integrado o movimento de apoio ao Rui Moreira e integrado a gestão da cidade nos últimos 12 anos".
E acrescentou: "Julgo que dessa comunhão de pontos de vista (...) pode sair uma plataforma que vai honrar o legado, mas que ao mesmo tempo vai projetar a cidade para o futuro".
"Estamos ainda muito longe de discutir ou pensar sequer em lugares de vereação, mas parece-me natural que depois esta plataforma tenha uma correspondência na candidatura e nos elementos que vão integrar as listas", assinalou Pedro Duarte.
O ministro reforçou que só tomará uma decisão relativamente a uma eventual candidatura à Câmara do Porto na primavera.
Questionado se aguentaria esperar até então, Pedro Duarte assinalou a necessidade de "ter capacidade de controlar os impulsos por muito fortes que sejam e sentidos que sejam".
"Tenho de ter, e julgo que tenho, o sentido de responsabilidade de saber que estou no exercício de uma função, que é também ela uma missão de serviço público e, portanto, tenho de a cumprir com responsabilidade, dedicação e esforço para servir o meu país", afirmou.
O ministro, que é também líder da distrital do PSD do Porto, disse que, além da vontade individual, a decisão sobre uma eventual candidatura implica uma avaliação do que pode fazer pelo Porto.
"Há uma diferença entre ter uma vontade muito férrea e isso eu julgo que é uma condição necessária, mas não é uma condição suficiente, também tenho de me consciencializar que estou em condições de servir bem a minha cidade e de facto contribuir para se viver melhor na cidade do Porto, se assim não for não faz sentido ser candidato", referiu, acrescentando ter "uma vontade muito grande e convicção de que pode servir a cidade".
Na quarta-feira, na Grande Entrevista na RTP, Pedro Duarte assumiu que gostava muito de ser presidente da Câmara do Porto e, citando o atual presidente do FC Porto, admitiu que, "na política, a cadeira de presidente da Câmara do Porto" é a sua "cadeira de sonho".
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