PSP registou quase 3.000 ocorrências em 2024 por abuso de cartão

A PSP registou em 2024 pelo menos 2.802 ocorrências por abuso de cartão ou garantia de cartão, dispositivo ou dados de pagamento, quase o dobro dos 1.433 inquéritos que deram entrada na Polícia Judiciária (PJ).

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Lusa
22/02/2025 07:38 ‧ há 9 horas por Lusa

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PSP

Em causa está o uso de qualquer cartão físico ou virtual ou de informação associada para a realização de movimentos financeiros que causem prejuízos a terceiros.

 

Os dados foram fornecidos à Lusa pelas duas instituições e, enquanto os da PSP, ainda incompletos, incidem sobre criminalidade participada, os da PJ, já consolidados, referem-se a investigações.

De acordo com o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ, Carlos Cabreiro, no início do ano passado, estavam ali concentradas 3.401 investigações.

A estas acresceram, durante 2024, 1.433 novos inquéritos e outros 87 que tinham já sido remetidos ao Ministério Público e regressaram então à PJ.

Até 31 de dezembro foram concluídos 1.400, tendo 2025 iniciado com 3.518 inquéritos pendentes.

Uma alteração legal ocorrida em 2021, que se refletiu nos dois anos seguintes, não permite comparar os dados com os de anos anteriores, esclareceu.

No domínio da criminalidade participada, tal contribuiu para que, de 2021 para 2024, o número de ocorrências registadas pela PSP tenha aumentado de 764 para 2.802.

"A evolução do fenómeno é em grande medida explicada pela crescente digitalização/desmaterialização dos meios de pagamento, sendo que o grande aumento verificado também se deve à reformulação do tipo legal operada", explicou, numa resposta por escrito remetida em janeiro, a PSP.

Carlos Cabreiro fala numa adaptação da clonagem de cartões bancários tradicional "às novas tecnologias".

Entre os novos métodos, está o acesso na 'darknet', uma rede fechada de comunicações na Internet, a listas de dados que permitem a validação informática de cartões para a realização de movimentos à revelia dos titulares das contas.

O direto da UNC3T relatou ainda a existência de situações em que, em lojas físicas e virtuais, os comerciantes estão conluiados com outras pessoas para a recolha dos dados dos cartões de crédito usados.

Em 2024, entraram na PJ dois inquéritos pelo crime de contrafação de cartão, correspondente à clonagem tradicional, tendo 2025 iniciado com oito investigações pendentes.

No início deste ano, estavam ainda a aguardar resolução 33 inquéritos devido ao uso de cartões alheios, depois de, em 2024, terem sido abertas nove investigações e concluídas três por este ilícito.

Além de cartões bancários, esta criminalidade incide também sobre cartões de gasolineiras e de outros estabelecimentos, bem como de descontos online, recordou Carlos Cabreiro.

Leia Também: Atenção! "Falso acidente". PSP alerta para burla

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