O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) assinaram hoje um acordo para "tornar sustentável", "mais flexível e fácil de gerir" a colaboração entre o INEM e os seus parceiros, nomeadamente os corpos de bombeiros portugueses, aumentando em 2.000 euros/mês os subsídios pagos às corporações, que passam de 6.690 para 8.690 mensais.
Numa nota divulgada hoje à tarde, após a assinatura do acordo, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) afirma que "desconhece o seu conteúdo [do acordo], mas que [este] apresenta diversas questões preocupantes", como "as condições técnicas para a prática dos cuidados médicos de emergência".
A ANTEM afirma que "não reconhece competências técnicas ou científicas à LBP para monitorizar nada que diga respeito a esta matéria".
Além do aumento para a prestação de serviços, o protocolo prevê ainda a possibilidade de integração de enfermeiros nos meios de emergência dos bombeiros, baseado no modelo que já existe nas 47 ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) do INEM.
A associação afirma que, no que diz respeito à introdução de enfermeiros-bombeiros em ambulâncias tipo SIV, "trata-se apenas de uma medida desastrosa que não trás nada de benéfico à população, além do aumento de custos e a promoção de cuidados desiguais".
O protocolo prevê também a possibilidade de uma rede de motociclos de emergência por parte dos bombeiros, principalmente nas zonas mais urbanas e no período diurno em que há mais trânsito, à semelhança do que já acontece com os motociclos de emergência médica que o INEM tem ao dispor em nove cidades do país.
"No que tange às motos de emergência, uma ambição com algum tempo, não se vislumbra qualquer melhoria nos cuidados prestados aos cidadãos, pois os seus tripulantes são detentores de um curso básico de socorro. Este meio é apenas útil em grandes centros tripulados por elementos habilitados à prática de suporte avançado de vida (paramédicos), como se pode verificar em alguns países", argumenta.
"Tudo ponderado, cumpre-nos repudiar com veemência as medidas anunciadas e, simultaneamente, apelar a que sejam tomadas medidas estruturantes e eficazes e não apenas cortinas de fumo para a opinião pública", apela a associação.
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