Miguel Reis aceitou jantar oferecido por Pessegueiro para não "armar barraco"

O ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis, arguido no processo Vórtex, disse hoje que não aceita refeições grátis, mas admitiu ter aceitado um jantar oferecido por Francisco Pessegueiro, coarguido no processo, para não "armar barraco".

Notícia

© Município de Espinho

Lusa
06/03/2025 14:59 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Vórtex

"Não aceito almoços. Não aceito jantares (...). Não queria que o jantar me fosse oferecido, mas foi", afirmou o ex-autarca, durante a 24.ª sessão do julgamento de corrupção na Câmara de Espinho, que decorre no tribunal local.

 

Em causa estava um jantar para celebrar o aniversário da mulher de Miguel Reis, ocorrido em maio de 2022, no restaurante "A Cabana", de Francisco Pessegueiro.

A acusação do Ministério Público (MP) diz que Pessegueiro deu instruções a um seu funcionário para oferecer o jantar e champanhe a Miguel Reis para estabelecer uma relação de proximidade com aquele.

O ex-autarca disse que acabou por aceitar a oferta de Francisco Pessegueiro porque "não queria estar ali a armar barraco no meio do restaurante", adiantando que a sua mulher "ficou muito desagradada com esta situação".

"Posso dizer que o jantar acabou quase por ali. Não comemos bolo, não tivemos champanhe. O que nós comemos foi meia salada de búzios, bebemos dois finos e dois pregos e viemos embora", afirmou.

O arguido referiu ainda que não tinha nenhuma relação pessoal com Francisco Pessegueiro, adiantando que o conheceu numa "reunião de cumprimentos" durante a campanha eleitoral para as autárquicas, em que concorreu à presidência do município.

Contou ainda que, durante muitos anos, a sua família comprou carne nos talhos da família Pessegueiro no Porto e em Espinho, mas realçou que era tudo pago com cartão multibanco.

Miguel Reis, que está acusado de quatro crimes de corrupção passiva e cinco de prevaricação, é o sexto arguido a prestar declarações, depois de Francisco Pessegueiro, dos arquitetos João Rodrigues e Costa Pereira, este último em representação da sociedade arguida JRCP, Lda., do empresário Paulo Malafaia e do ex-presidente da Câmara Pinto Moreira.

O processo Vórtex está relacionado com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos".

A operação culminou em 10 de janeiro de 2023 com a detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia, um arquiteto e dois empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Em 10 de julho do mesmo ano, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos e cinco empresas, incluindo dois ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis e Pinto Moreira, que também viria a ser constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto.

Leia Também: Vórtex. Pinto Moreira diz que "ficou claro qual é o arguido credível"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas