Ordem dos Médicos nos Açores diz que hospital modular foi "melhor resposta"

O responsável pela Ordem dos Médicos nos Açores, Carlos Ponte, considerou hoje que o hospital modular foi a "melhor resposta" em termos de proximidade com o hospital de Ponta Delgada, que ficou inoperacional após o incêndio de março.

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© Facebook / Nuno Martins Neves

Lusa
06/03/2025 16:28 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Açores

"O hospital modular foi a melhor resposta em termos de proximidade com a casa-mãe [Hospital do Divino Espírito Santo - HDES] e no tempo célere que o conseguiram realizar", afirmou Carlos Ponte, que visitou hoje a estrutura.

 

O hospital modular surgiu na sequência do incêndio de 04 de março de 2024 no HDES, que deixou o maior hospital dos Açores inoperacional e obrigou à transferência de todos os doentes internados para outros locais dos Açores, Madeira e continente.

Segundo o presidente do Conselho Médico da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Médicos, esta foi uma solução "criada para dar uma resposta célere em situação de catástrofe", visando a segurança das pessoas e dar condições aos profissionais de saúde.

O responsável salvaguardou que o hospital modular "não tem tudo o que se precisa", mas "nunca se teve essa pretensão".

Afirmando que a estrutura possui "ótimas instalações, condições e equipamentos", Carlos Ponte ressalvou que "não é uma solução definitiva, nem poderia ser".

De acordo com o responsável, está previsto que, "pelo menos a meio do próximo ano" já comecem a funcionar algumas das unidades recuperadas no HDES, situação a que a Ordem dos Médicos vai estar atenta.

Carlos Ponte defendeu que é necessário melhorar as condições de circulação dos doentes no hospital modular, bem como "algumas áreas que são mais precárias para as pessoas que estão a trabalhar", como gabinetes, arrumos e espaços de higienização.

O responsável pela Ordem dos Médicos nos Açores disse ainda ter sido informado que o hospital modular vai ser dotado com mais seis camas.

Maria Inês Leite, que também integra a direção da Ordem dos Médicos nos Açores, declarou, por seu turno, que, "até ao fim do primeiro semestre, a capacidade [de cirurgia] será igual senão superior" ao que se tinha anteriormente ao incêndio no HDES, o que irá permitir reduzir as listas de espera.

A médica referiu que "a lista de espera tinha que aumentar" com o incêndio no HDES, porque as oito salas de cirurgia que estavam operacionais "ficaram reduzidas a duas/três salas durante estes nove meses".

"Neste momento, a capacidade instalada são duas salas no hospital modular, uma para urgências e outra para cirurgia programada, sendo que no hospital mãe (HDES) já temos quatro salas a funcionar", afirmou a responsável, adiantando que "a curto/médio prazo abrirá mais uma sala", ficando-se com "uma capacidade igual à que havia anteriormente".

O número de utentes em lista de espera por uma cirurgia nos Açores voltou a aumentar em janeiro, ultrapassando os 12.200 inscritos, mais 13,8% do que no período homólogo, segundo dados da Direção Regional da Saúde.

"Em janeiro de 2025 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 12.206 utentes, o que corresponde a um aumento de 0,3% (mais 42 utentes) face ao mês anterior. Na comparação com o mês homólogo, verifica-se um aumento de 13,8% (mais 1.476 utentes)", lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Leia Também: Lar de idosos nos Açores regista oito casos de gripe A

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