A parede lateral de um prédio na rua de Campo de Ourique, em Lisboa, caiu, ao início da tarde de sábado, tendo atingido e danificado um carro que se encontrava estacionado. No entanto, não houve registos de feridos.
O alerta para a ocorrência foi dado pelas 13h22, confirmou o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa ao Notícias ao Minuto.
Mais tarde, em declarações à SIC Notícias, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, revelou que estava a passar naquela rua e que acabou por ser "testemunha ocular" do incidente.
"Felizmente, a pessoa que estava no carro, que imediatamente saiu e conseguimos acalmar, mas depois estavam todas as pessoas que estão lá atrás que têm uma única saída que é esta [referindo-se à zona onde estão os destroços]. A minha preocupação era saber se alguém vivia naquele apartamento. Felizmente, veio o filho da senhora que vivia anteriormente, mas que já não vive", disse.
E acrescentou: "No fundo, tivemos aqui uma grande sorte, mas há aqui uma responsabilidade a apurar. Eu chamei imediatamente os bombeiros, a nossa polícia está aqui e vamos ter que apurar com os nossos serviços de urbanismo exatamente o que é que aconteceu porque é uma vergonha que um promotor desta qualidade a fazer um edifício novo, tenha deixado isto acontecer [...]".
"Temos aqui uma obra e vai haver responsabilidades"
"Temos aqui uma obra e vai haver responsabilidades do empreiteiro. Parece-me muito estranho que um empreiteiro que está a fazer um prédio como este não tenha atenção ao muro de um prédio mais antigo", disse Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas no local.
Em declarações aos jornalistas no local, o chefe de operações do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa, José Caetano, admitiu que o colapso da parede lateral do prédio possa ter sido provocado por obras que estão a decorrer no terreno adjacente.
Já a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil da Câmara de Lisboa, Margarida Castro Martins, afirmou que "a parede toda que ruiu terá de ser avaliada, ou se faz reconstrução ou demolição".
"O responsável pela obra assegurou a contratação de uma empresa de segurança privada que vai garantir a segurança da casa do vizinho que gentilmente cedeu para servir de passagem. Foi uma boa resposta do responsável da obra, foram muito rápidos e correu muito bem", acrescentou.
Moradores afetados por derrocada não vão ser realojados
Além dos moradores do prédio, - um casal que não se encontrava em casa na altura do incidente - existem outras 15 frações indiretamente afetadas, onde vivem 35 pessoas, e que se localizam numa vila nas traseiras do número 85, através do qual é feito o acesso à via pública.
De acordo com Margarida Castro Martins, após os trabalhos de limpeza, concluídos ao final da tarde, aquele acesso ficou interdito, mas as pessoas poderão aceder à vila através de um outro prédio.
Na segunda-feira, os serviços técnicos da Câmara Municipal de Lisboa farão uma visita ao local "para avaliar os próximos passos".
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