Álvaro Santos Almeida visitou o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), que tem hoje encerrado o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia, tal como os hospitais de Almada, Barreiro, Castelo Branco, Vila Franca de Xira, Aveiro e Leiria.
Em declarações aos jornalistas no final da visita, o diretor executivo afirmou que um dos problemas dos fins de semana como o da Páscoa é "uma escassez estrutural de recursos humanos, sobretudo, na região de Lisboa e Vale do Tejo".
"Na área da obstetrícia, então, é uma característica marcada. O que acontece é que, habitualmente, as unidades para preencherem as suas escalas e garantirem a abertura recorrem a prestadores de serviços", que estão indisponíveis, ou não têm tanta disponibilidade, para prestar serviço nos fins de semana com feriados.
Segundo Álvaro Almeida, é nessas alturas que "os problemas se fazem sentir mais, como é o caso deste fim de semana da Páscoa".
Mas assegurou que há um ponto da rede de urgências do Serviço Nacional de Saúde que responderá a todas as solicitações: "Há sempre uma resposta para cada caso".
Álvaro Almeida elucidou que, apesar de o serviço de urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Amadora-Sintra ter "a porta fechada" desde as 08h00, continua a funcionar.
Por volta do meio-dia, estavam seis utentes a ser observadas no serviço e a ser "devidamente acompanhadas".
"Quando vemos no Portal do SNS que há oito ou dez urgências fechadas, não significa que o SNS está fechado. Significa apenas uma coisa: Das 168 portas de entrada que a rede de urgências do SNS tem, dez portas estão fechadas", salientou.
Fazendo um balanço destes dois dias, Álvaro Almeida disse que a Direção Executiva tem estado a monitorizar a situação 24 horas por dia e, até agora, "não tem conhecimento de nenhum problema, nenhum constrangimento de maior".
"Naturalmente que há casos pontuais que se vão resolvendo através da interligação e da cooperação de todos os elementos da rede do SNS e, sobretudo, graças aos esforços profissionais de saúde que têm sido excelentes neste período", sustentou.
Questionado se poderá regulamentar-se no futuro esta prestação de serviços, o diretor executivo afirmou que o objetivo "é reforçar o quadro de médicos do SNS, em especial na área da obstetrícia".
"Estamos a trabalhar com o Governo, com o Ministério da Saúde, para criar condições mais favoráveis ao recrutamento de pessoas para os quadros das unidades locais de saúde do país", salientou.
Vincou que o objetivo é "substituir a mão-de-obra que, neste momento, está a ser assegurada por prestadores de serviços, por mão-de-obra do quadro das ULS", acreditando se este resultado for conseguido o problema será minimizado.
Álvaro Almeida ressalvou que o problema das urgências não apareceu agora: "É um problema que já vem de há vários anos em toda a Europa".
Após a visita ao Amadora-Sintra, Álvaro Santos Almeida estará, juntamente com outros elementos da DE-SNS, estará ainda hoje no Hospital das Caldas da Rainha (ULS Oeste).
Estas visitas fazem parte de um conjunto de encontros que a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde tem estado a fazer pelas ULS e IPOs de todo o país, e onde irá contactar com os profissionais de saúde dos serviços.
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