De "Profeta do exemplo" a "Papa dos pobres": Políticos recordam Francisco

Sumo Pontífice morreu, esta segunda-feira, aos 88 anos.

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© Franco Origlia/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
21/04/2025 09:51 ‧ há 10 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Papa Francisco

As reações ao desaparecimento do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira, aos 88 anos, começam a surgir.

 

Muitos são os que querem homenagear Jorge Mario Bergoglio, que nasceu em Flores, Buenos Aires, Argentina, pelo Papa que foi e pela pessoa que era e as figuras da política nacional não são exceção.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, só fala ao país às 20h00.

Porém, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já reagiu e descreveu Francisco como "um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas. As suas visitas a Portugal, no Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade".

"Apresento as mais sentidas condolências do Governo de Portugal à Santa Sé e a todos os Católicos do mundo, entre os quais tantos milhões de portugueses. A melhor forma de honrar o seu tributo será seguirmos no dia a dia, nas nossas diferentes atividades, os seus ensinamentos e o seu exemplo, realçou.

Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros já tinha reagido à morte de Francisco, na rede social X.

"Rezo pelo Papa Francisco. Como pessoa, como cristão, como católico, devo-lhe tanto. Devemos-lhe tanto. Em Janeiro, tive a graça de estar com ele mais de meia hora a sós. Francisco era o Profeta do exemplo. Todos, todos, todos, sentiremos, não a sua falta, mas a sua presença", escreveu o governante social-democrata.

Quem também já reagiu foi Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

"Lembro-me como se fosse hoje das primeiras palavras que o Papa Francisco me dirigiu: “Obrigado pela tua resistência. Obrigados aos lisboetas". Foi no Vaticano a 22 de abril de 2023, a cem dias da JMJ. Desde então tornou-se no Papa que ficará sempre no coração de Lisboa: que aqui deixou uma marca que não esqueceremos, que connosco partilhou momentos únicos que fizeram de Lisboa a cidade de “todos, todos, todos”. Acima de tudo, transmitiu-nos esperança. Em Lisboa saberemos honrar o seu legado, o legado do Papa da esperança", recordou o autarca.

E o CDS-PP agradeceu a Francisco o "exemplo de humanismo, solidariedade e fé".

Por sua vez, o Partido Socialista emitiu uma nota de "profundo pesar" pelo falecimento do Papa Francisco, recordando o seu "pontificado pela defesa da paz, da justiça social e do diálogo".

"O Papa Francisco procurou aproximar a Igreja dos mais vulneráveis, promovendo uma mensagem de solidariedade e inclusão. Em tempos de incerteza e conflito, foi uma voz firme pela dignidade humana e pela construção de pontes entre povos e culturas. Portugal teve a honra de o receber por duas vezes, ficando a memória das Jornadas Mundiais da Juventude, onde inspirou milhares de jovens a não terem medo de lutar por um mundo mais justo e fraterno. O Partido Socialista endereça as suas sentidas condolências à comunidade católica e à Santa Sé, recordando o legado de humanidade e esperança que o Papa Francisco nos deixa", lê-se na publicação dos socialistas.

Já o líder do PS, Pedro Nuno Santos, revelou que "foi com profunda consternação" que recebeu "a notícia da morte de Sua Santidade o Papa Francisco".

"Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco foi uma voz corajosa em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz. A sua liderança espiritual transcendeu fronteiras religiosas e políticas, tornando-se uma referência ética e moral para milhões em todo o mundo. Foi um Papa dos pobres, dos excluídos, dos que não têm voz. Um defensor incansável do ambiente, da solidariedade entre os povos e da necessidade de uma economia mais justa. O seu legado ficará para sempre inscrito na história do nosso tempo. Em nome do Partido Socialista e em meu nome pessoal, expresso à Igreja Católica, à comunidade católica portuguesa e ao Vaticano o nosso mais sentido pesar. Que a sua memória continue a inspirar todos aqueles que acreditam num mundo mais humano, mais justo e mais fraterno", lembrou.

André Ventura salientou que este é "um dia de tristeza e sofrimento para os cristãos do mundo inteiro" recordando a "marca inspiradora de proximidade e simplicidade" de Francisco. "Que a sua vida intensa seja um exemplo para todos os que querem servir a causa pública", escreveu o líder do Chega.

Quem também já reagiu foi a eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins, que recordou o último discurso do Papa Francisco, lido no Domingo de Páscoa pelo cardeal Angelo Comastri.

"A mais sentida homenagem será estar à altura das suas palavras deste domingo. O apelo à paz e ao desarmamento, a afirmação da liberdade e o desejo “que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano", escreveu na rede social X.

Por sua vez, o Bloco de Esquerda lembrou o compromisso de Francisco "com os pobres" que marcou os 12 anos do seu pontificado, em que criticou "o neoliberalismo" e inovou "o pensamento da Igreja Católica sobre a crise ecológica".

Para o deputado socialista Eurico Brilhante Dias, Francisco "vai fazer falta", uma vez que "esteve sempre com os mais frágeis".

Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal também já lamentou a notícia da morte de Sua Santidade. "Os meus pensamentos estão com a nossa comunidade católica, com a Igreja Católica, com o Vaticano e com aqueles que o Papa Francisco inspirou em todo o mundo. A todos, apresento as mais sentidas condolências", escreveu no X.

Rui Tavares, do Livre, lembrou Francisco com um "dos poucos a não se resignar ao papel de espectador" na guerra de Gaza, apesar de não ter conseguido mudar "o curso da história".

"A Igreja é para todos, todos, todos"

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças,  recordou o "homem notável, de uma profunda humanidade" que era Francisco.

Já o ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes destacou uma das frases mais icónicas do Papa Francisco, ditas durante a Jornada Mundial da Juventude, que se realizou em Lisboa, no verão de 2023, assim como o "legado de inclusão" de Sua Santidade.
 
"'A Igreja é para todos, todos, todos' Com estas palavras, o Papa Francisco lembrou-nos que o amor de Deus não tem fronteiras, nem barreiras. Hoje, despedimo-nos de um líder que abriu portas, tocou corações e lutou por uma fé viva, acolhedora e cheia de compaixão. Que o seu legado de inclusão e esperança perdure por gerações e que o seu exemplo continue a inspirar-nos na construção de um mundo melhor. Descanse em paz, Papa Francisco, o Papa do povo e da simplicidade", escreveu nas redes sociais.

Rita Alarcão Júdice, ministra da Justiça salientou que "há pessoas que nunca morrem". "A mensagem do Papa Francisco, o cuidado que teve com todos, todos, todos, vai ficar para sempre no nosso coração", escreveu.

Miguel Pinto Luz partilhou um conjunto de imagens do Papa Francisco, com uma longa homenagem, onde o descreve como "inspirador", "humanista" e "conciliador".

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato à Câmara Municipal do Porto confessou que foi "com profunda tristeza" que recebeu a notícia da partida do Papa Francisco. "O seu exemplo de humildade, coragem e proximidade marcou uma era. A sua voz, sempre do lado dos mais frágeis, ecoará muito para além do seu tempo. Que o mundo saiba honrar o legado de um homem que fez da fé uma ponte e da simplicidade uma força. Descanse em paz, Papa Francisco", salientou.

Enquanto o ministro da Economia, Pedro Reis lembrou o "Papa extraordinário", que foi Francisco, "precisamente quando o Mundo mais precisava de humanidade e de proteção aos mais necessitados".

O ministro da Presidência, Leitão Amaro, também recordou a frase dita por Francisco na Jornada Mundial da Juventude que se realizou em Lisboa.

"Todos, todos, todos… precisamos de construir pontes, disse-nos o Papa Francisco. A sua presença, que vai permanecer, alumiará essa Esperança para que nos convocou", escreveu na rede social X.

Enquanto Nuno Melo, líder do CDS-PP, relembrou o "Homem ímpar e único" que foi Francisco.

Para António José Seguro, antigo secretário-geral do PS, "o mundo perde hoje uma referência ética e espiritual, que nos desafiou a construir pontes e a cuidar uns dos outros com mais humanidade. Recordo a sua atitude perante os abusos sexuais no interior da Igreja, o empenho no diálogo ecuménico e a sua visão progressista em muitas áreas sociais".

Carlos César, presidente do PS, confessou que "seguia e apreciava muito este Papa, desde o início do seu pontificado". "O Papa que falou sobre todos. Que aceitou as diferenças como parte de todos. Que insistiu numa Igreja com voz na lembrança de todos os que são vítimas de injustiças como das guerras, da depredação de recursos naturais como das intolerâncias. Crentes ou não, as pessoas de boa vontade curvam-se perante a memória dos seus esforços e da sua obra", notou.

O que José Luís Carneiro, deputado do PS e antigo ministro da Administração Interna elevou: "O Papa Francisco, na linha ecuménica do Concílio Vaticano II, representa o diálogo, a compreensão entre religiões, a participação dos crentes, a esperança na Redenção e na Dignidade. O valor do Perdão. Fica um legado de proximidade e defesa dos Direitos Humanos!"

Alexandra Leitão, deputada e candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa, por sua vez, destacou a "voz de coragem, empatia e inclusão" do Sumo Pontífice, "num tempo em que o mundo parece ceder à intolerância e ao ódio", assim como a sua "luta por uma sociedade mais justa e solidária para todos fez dele um farol de esperança para milhões, católicos e não só".

"A sua ausência será sentida profundamente, sobretudo num momento em que emergem forças que se alimentam do individualismo e da desumanização para impor a divisão e o desprezo pelo outro. Francisco fará uma imensa falta ao mundo", acrescentou.

Tiago Barbosa Ribeiro, também do PS, lamentou que hoje se tenha perdido "uma referência" que foi "muito mais do que o líder da Igreja Católica - foi uma voz de solidariedade, de justiça e de proximidade com os mais vulneráveis".

Por sua vez, o deputado socialista Miguel Costa Matos escreveu: "O Papa Francisco não foi apenas um líder espiritual. No combate às alterações climáticas e às desigualdades, na defesa da paz na Ucrânia e em Gaza, no ecumenismo, nos avanços quanto ao papel da mulher, dos divorciados e dos homossexuais na Igreja. Um Papado de ação. Obrigado! RIP".

Tal como Catarina Martins,  Mariana Mortágua, recordou o último discurso do Papa Francisco, lido no Domingo de Páscoa, na Praça de São Pedro no Vaticano.
 
"Pediu a Paz. Nos últimos dias, exigiu o cessar-fogo em Gaza e opôs-se à corrida ao armamento. Condenou o ódio contra imigrantes e a "economia que mata". Fez opção pelos pobres e pelo cuidado da Terra, casa comum. Crentes ou não crentes, a todos Francisco deu esperança", lembrou.

Inês Sousa Real, do PAN, sublinhou que a morte de Francisco "representa uma perda não apenas para a Igreja, onde fez um caminho de inclusão, tolerância e de reparação, que não apenas histórica, mas para todas as pessoas que partilham dos seus valores". "Associo-me por isso, com tristeza, ao pesar que hoje é sentido globalmente", notou.

O Partido Ecologista Os Verdes destacaram, por sua vez, a "profunda preocupação com o estado do Planeta, a degradação ambiental, as alterações climáticas, para as quais contribui um crescimento suportado numa lógica desregulada de produção e de consumo".

Recorde-se que o Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Leia Também: Horas antes de morrer, Papa Francisco falou aos fiéis. Eis as imagens

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