A duas semanas do início das Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), o novo modelo de avaliação externa que veio substituir as Provas de Aferição, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) aproveitou o período de campanha eleitoral para apelar a um consenso em algumas áreas da Educação.
"Era bom que os partidos políticos se entendessem em relação aos anos em que as provas são aplicadas, porque ora temos provas de aferição, ora temos provas ModA. Com um governo de direita fazem-se provas aos alunos dos 4.º e 6.º anos, com um governo de esquerda faz-se aos dos 2.º, 5.º e 8.º anos", lamentou o presidente da ANDAEP, Filinto Lima.
"Há miúdos que nunca fizeram provas de aferição ou provas ModA e outros que estão sempre a fazer", lamentou o representante dos diretores, sublinhando que estas mudanças "lançam a confusão nas escolas, nos alunos, nos pais e nos professores".
Filinto Lima disse que "um grande favor que os partidos políticos faziam era definir os anos das provas, seja lá em que anos fossem", lembrando ainda que esta constante mudança torna impossível atingir o objetivo de conhecer a evolução dos alunos.
Este ano, serão os alunos dos 4.º e 6.º anos a fazer as provas ModA a partir de 19 de maio, em pleno período letivo, ao contrário das provas finais do 9.º ano ou dos exames nacionais de secundário, que estão marcadas para depois do fim das aulas.
"Estaremos em tempo de aulas e vamos precisar de mais recursos humanos para vigiar estas provas. Além disso, quando há alunos com necessidades especificas é precisa uma sala por aluno. Poderá dar-se o caso de alguns alunos do 6.º ano não terem aulas na parte da manhã", disse Filinto Lima, salientando que também as provas de aferição eram realizadas em tempo de aulas.
O presidente da ANDAEP explicou que as provas ModA poderão reduzir as aulas apenas dos alunos do 6.º ano, uma vez que no 4.º ano são os professores titulares de turma que aplicam essas provas.
Sobre uma eventual falta de equipamentos para realizar as provas, Filinto Lima disse não ter conhecimento de nenhuma situação, lembrando que a tutela reforçou recentemente as verbas para equipamentos e no caso de alunos ainda sem material as escolas têm por hábito emprestar os seus computadores.
No final do ano passado, o Governo disponibilizou 10,6 milhões de euros para reparar ou substituir os mais de 45 mil computadores avariados que tinham sido identificados pelas escolas, mas apenas 6,4 milhões de euros foram executados. Já em março deste ano, a tutela anunciou a transferência de mais quatro milhões de euros para reparar equipamentos avariados.
Em fevereiro, os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos realizaram mais de 900 mil provas-ensaio em suporte digital e o ministério enviou às escolas um novo inquérito sobre a preparação para a realização das provas finais do 9.º ano e das provas ModA.
No ano letivo passado, o Governo decidiu suspender as provas digitais no 9.º ano por considerar que não estavam asseguradas as condições de equidade, realizando-se agora pela primeira vez sem papel e caneta.
"As escolas que ainda possam ter alguns constrangimentos ao nível digital devem contactar a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE)", disse, considerando que de "uma forma global as escolas estão preparadas para enfrentar estas provas".
As provas ModA estão marcadas para entre os dias 19 de maio e 6 de junho, enquanto as provas finais do ensino básico realizam-se a 20 e 25 de junho para os alunos do 9.º ano, a Matemática e Português.
Leia Também: PR promulga apoio para docentes das Escolas Portuguesas no Estrangeiro