Deportação de portugueses? "Quem não cumpre regras tem de ser devolvido"

O presidente do Chega, André Ventura, admitiu hoje concordar com a deportação em massa de imigrantes em situação de irregularidade proposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e que poderá incluir a expulsão de milhares de cidadãos portugueses.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
21/01/2025 00:04 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

EUA

Em Washington, onde participou nas cerimónias de tomada de posse de Donald Trump, Ventura defendeu que "países seguros têm fronteiras fortes".

 

"A Direita é coerente nisto: existem regras em Portugal e em toda a parte do mundo. Quem não cumpre regras tem de ser devolvido ao seu país de origem", sublinhou o presidente do Chega em declarações à imprensa portuguesa.

"O que nós defendemos é que - também em Portugal - os que não cumprem regras devem ser devolvidos ao seu país de origem. E vejam que isto não é dito só pelo presidente do Chega ou pelo presidente do Vox. É dito agora pelo presidente dos Estados Unidos, um país que é uma referência de liberdade e que é uma referência até de direitos humanos", sublinhou Ventura.

Donald Trump garantiu hoje, no seu discurso de tomada de posse, que irá expulsar "milhões e milhões" de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral, durante a qual prometeu levar a cabo a "maior deportação em massa da história" do país.

O novo presidente norte-americano prometeu ainda endurecer a luta contra a entrada de imigrantes ilegais e a deportação imediata de quem tentar entrar sem cumprir os requisitos para permanecer em território dos Estados Unidos.

"Nós temos dito também na Europa que nós precisamos de que quem não esteja legal volte para o seu país. (...) Eu acho que o que o Donald Trump disse foi que as pessoas que venham para os Estados Unidos têm que estar legais. E eu acho que essa é a mensagem certa", defendeu Ventura.

Questionado pela Lusa sobre se essa mensagem inclui os portugueses que estão de forma irregular nos Estados Unidos, Ventura respondeu: "Todos. O que exijo para os outros é o que exijo para mim como português."

"Os portugueses devem cumprir a lei. Estou convencido que isso não vai acontecer, porque os portugueses que tenho conhecido por todo o mundo cumprem as regras. (...) O que estou convencido é que os portugueses não serão um número significativo", observou.

"Porém, quando digo que os imigrantes em Portugal têm de cumprir regras, todos têm de cumprir regras. Não posso dizer que quero uma regra para para paquistaneses, indianos, brasileiros, angolanos e não quero para os portugueses. Os portugueses têm de ser os primeiros a dar o exemplo. Ao irem para os EUA, Canadá, Suíça, têm de cumprir regras", frisou André Ventura.

O Governo dos Açores está a preparar um plano de contingência para acolher emigrantes açorianos que venham a ser deportados por Donald Trump.

"Não é o cenário previsível, mas estamos a preparar-nos para o pior", disse na semana passada Paulo Estêvão, secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, admitindo que possam vir a ser deportados "centenas" de emigrantes oriundos dos Açores, que estarão sem situação ilegal nos Estados Unidos.

 Entretanto, o PS requereu uma audição parlamentar do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, sobre a situação da comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos face ao anunciado plano de deportação em massa de Donald Trump.

No requerimento, os socialistas referem que a comunidade portuguesa residente nos Estados Unidos "está a passar por momentos de grande ansiedade" devido às promessas de deportação feitas por Trump.

Questionado sobre se apoia a audiência requerida pelo PS, Ventura respondeu com críticas ao Partido Socialista, o qual acredita "não ter nenhuma moral para falar de imigração".

"O PS é o Partido mais sem vergonha na cara que nós temos em Portugal. Há questões de segurança e o PS diz que foi ele que deu ao país condições de segurança, quando deixou o país no maior estado de insegurança em que nós temos memória", avaliou.

"E agora, um Partido que deixou meio milhão de imigrantes por legalizar em Portugal, vem fazer moral sobre os imigrantes que estão noutras partes do mundo. O que o PS devia fazer era pedir desculpa por ter conduzido o país ao caos de imigração a que levou. O PS e Pedro Nuno Santos [secretário-geral do PS] não têm nenhuma moral para falar de imigração", acrescentou, em Washington.

Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º Presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

A cerimónia foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Os Patriotas pela Europa (extrema-direita), terceiro maior grupo político do Parlamento Europeu, tiveram uma delegação nesta tomada de posse, encabeçada pelo líder do Vox espanhol, Santiago Abascal.

Dessa comitiva fez parte o líder do Chega, André Ventura.

[Notícia atualizada às 06h14]

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