O ex-ministro da Administração Interna do PSD Ângelo Correia anunciou que, apesar de o candidato apoiado pelos social-democratas nas eleições Presidenciais ser Luís Marques Mendes, irá apoiar o almirante Henrique Gouveia e Melo, que deverá apresentar a candidatura "na primavera".
"Sou convictamente [apoiante de Gouveia e Melo] por uma razão: conheço-o há muitos anos e sei como pensa. O problema da impotência que está a manifestar-se na sociedade portuguesa vem com o medo, de perder o emprego, de ser acusado de racismo, xenófobo ou corrupto. O Presidente da República tem o dever de dizer ao país para termos confiança", justificou Ângelo Correia na SIC Notícias.
O histórico do PSD destacou que o mais importante nos resultados das últimas sondagens que têm vindo a público é a "composição de quem o apoia", que é "transversal aos partidos".
"Tem votos importantes do PSD, votos importantes do PS e votos muito importantes das pessoas que não se identificam e não são militantes ou votantes ativos de outros partidos políticos. Até no Chega tem votos. É uma candidatura que ocupa grande parte do espectro até ao centro esquerda", afirmou o ex-ministro do PSD.
Para Ângelo Correia, o fenómeno do sucesso de Gouveia e Melo nas sondagens tem "várias explicações". Uma delas é o facto de o país estar "cansado" e "magoado" com os "partidos políticos em geral".
"Isso nota-se todos os dias nas sondagens, no distanciamento do poder político e dos partidos em relação ao país e eleitores. Além da funcionalidade do Estado, que não é grande coisa. Levou a que muita gente da sociedade civil começasse a sentir uma candidatura independente. A lógica não está tanto na força de Henrique Gouveia e Melo. A grande questão está na debilidade permanente que os partidos políticos apresentam em Portugal", defendeu.
O social-democrata disse também não ser o único ligado ao partido que pretende apoiar Gouveia e Melo.
"Conheço muitíssimos pelo país. A candidatura do almirante Gouveia e Melo não vai centrar-se nos aparelhos partidários, mas no povo. É uma candidatura para o cidadão comum porque Gouveia e Melo é um homem comum e quer ser como os outros, não quer ser diferente, não quer apoiar-se nas elites", acrescentou Ângelo Correia.
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