Hugo Soares, secretário-geral do PSD e líder parlamentar do partido, admitiu, esta quarta-feira, que há "muita coisa para explicar" no âmbito do processo Tutti Frutti, pedindo que a "justiça seja rápida", mas rejeitou que o caso possa manchar os sociais-democratas nas Autárquicas, apontando à "maturidade democrática" dos portugueses.
Em entrevista à SIC Notícias, Hugo Soares começou por reiterar que o partido espera que também Carlos Eduardo Reis, arguido no processo Tutti Frutti, suspenda o mandato, tal como fez o também social-democrata Luís Newton, e que o espera para uma "conversa pessoal", uma vez que este se encontra fora do país.
Confrontado com o facto de ambos terem sido incluídos nas listas de deputados, apesar das suspeitas já existentes, o líder parlamentar do PSD defendeu que estes "não eram arguidos" e, por isso, não deviam ver "os seus direitos diminuídos", dando como exemplo o deputado socialista Fernando Medina - agora ilibado - , sobre quem recaíam suspeitas, mas que foi ministro das Finanças.
"Carlos Eduardo Reis e Luís Newton, no momento em que foram para as listas de deputados do PSD, indicados pelas respetivas concelhias, no respeito pelos estatutos do partido, não eram arguidos em nenhum processo. Havia notícia de que podia haver investigações? Havia, como há, sobre centenas ou dezenas de pessoas que exercem funções públicas. Por causa disso devem ver os seus direitos diminuídos? O entendimento foi que não", afirmou.
Hugo Soares notou que "as circunstâncias mudaram" que estes "devem suspender o exercício das suas funções" e considerou ainda que a "decisão do Ministério Público tardou".
Interrogado sobre a acusação e se é "muita fruta", admitiu: "É mesmo muita fruta. É, sobretudo, diria, muita confusão e, aparentemente, com base na acusação, muita coisa para explicar. Mas é para isso que servem os tribunais. Os tribunais devem julgar de forma rápida, célere e eficaz, e qualquer dessas pessoas que tenha efetivamente cometido um crime deve pagar por ele".
O secretário-geral do PSD rejeitou ainda que o processo possa manchar o partido nas Autárquicas que se aproximam, lembrando que "os factos ocorreram há 10 anos", e reiterou que espera que a "Justiça seja rápida".
"Os portugueses têm uma maturidade democrática que separam bem o trigo do joio e separam bem as águas", disse.
"Apresentaremos um candidato para ganhar a eleição no Porto"
Nesta senda, não contestou que Carlos Moedas se possa recandidatar à Câmara de Lisboa nem que Pedro Duarte possa ser o candidato ao Porto, referindo apenas que o PSD terá no Porto "um candidato que representa" as suas "gentes" e os seus "anseios". "Apresentaremos um candidato para ganhar a eleição no Porto", prometeu.
"Marques Mendes é um extraordinário candidato"
Quanto a Presidenciais e sobre o facto de algumas figuras do PSD, como Ângelo Correia, Miguel Morgado ou Carlos Carreiras, já se terem distanciado de Luís Marques Mendes, Hugo Soares atirou: "Nenhum deles é dirigente do partido. Não representam a vontade dos militantes, com todo o respeito que tenho pelos três".
"Tenho esperança absoluta de que o doutor Luís Marques Mendes é um extraordinário candidato e pode ser um extraordinário Presidente da República", afirmou. "Não sei se ele vai unir a Direita, mas não estou preocupado que ela faça a união da Direita, estou preocupado que o doutor Luís Marques Mendes faça a união do país", completou.
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