O líder do Chega, André Ventura, reagiu esta quinta-feira à polémica que envolve o deputado municipal do partido Nuno Pardal, que foi acusado pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de prostituição de menores agravados.
"O Chega não pode ter uma cara para dentro e uma cara para fora. O Chega é intolerante ao crime. O Chega tem tolerância zero para com o crime, seja ele cometido por quem for", afirmou, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
Reiterando que o partido "não tem um critério para uns e um critério para outros", Ventura defendeu que os crimes "têm de ter uma consequência imediata", como a "renúncia e o abandono dos cargos".
O líder do Chega anunciou que "foi aberto um processo interno para averiguar toda a circunstância envolvida" e que pediu a Nuno Pardal "que abandone todos os lugares dentro do Chega".
"Há momentos da história do Homem e da Política em que temos de mostrar a massa de que somos feitos. Houve outros que protegeram, mas eu não sou assim. Vou exigir consequências desde o primeiro momento", atirou, acrescentando que "um líder não escolhe os casos, mas escolhe a reação que tem aos casos".
Questionado sobre se continua a apoiar a castração química, Ventura afirmou que "defenderia exatamente a mesma castração química para pedófilos ou para abusadores de menores" que defende "para todos os outros", mesmo que fossem seus familiares ou amigos.
"Estou aqui para assumir os melhores momentos e os piores momentos. Este não é um bom momento", afirmou.
"O partido está nas mãos dos militantes do partido. Essa não é uma questão para agora, essa não é uma questão do momento", acrescentou.
O dirigente do Chega Nuno Pardal Ribeiro demitiu-se esta quinta-feira da vice-presidência da distrital de Lisboa do partido, depois de renunciar ao mandato de deputado municipal.
De acordo com o jornal Expresso, os dois crimes de prostituição de menores agravados a que Nuno Pardal está acusado pelo Ministério Público foram cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais.
O caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor depois de terem tido acesso às mensagens do WhatsApp no telemóvel do filho.
Esta quinta-feira foi também noticiado que um deputado do Chega Açores, José Paulo Sousa, foi apanhado, segundo o Açoriano Oriental, numa operação STOP a conduzir com 2,25 g/l de álcool no sangue, na madrugada de domingo, dia 2 de fevereiro, na ilha das Flores, uma situação que configura crime.
[Notícia atualizada às 15h26]
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