"Tive a oportunidade já de transmitir a Nuno Pardal que a posição do partido era inflexível nesta matéria e que tinha que imediatamente renunciar a todos os lugares que ocupe em função do partido ou derivado do mandato do partido", afirmou.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura anunciou que o partido abriu "um processo interno para que seja averiguada toda a circunstância", considerando que o caso "é grave" e é suficiente para levar à expulsão de Nuno Pardal Ribeiro do partido.
"Para mim é um caso suficientemente grave para que haja um procedimento interno dessa natureza", defendeu, afirmando que o partido não pode "ter uma cara para dentro e outra para fora".
E deixou um recado "ao país todo e para dentro do partido também": "o Chega é intolerante com o crime, o Chega tem tolerância zero para o crime, seja ele cometido por quem for".
"E, portanto, nós não temos um critério para uns e outro critério para outros, sejam membros do partido, dirigentes, deputados municipais, autarcas, seja o que for. Crimes desta natureza, desta gravidade, têm que ter uma consequência imediata, esta consequência imediata é o abandono e a renúncia de todos os cargos que são ocupados", indicou.
Nuno Pardal foi eleito deputado municipal do Chega nas últimas autarcas, mandato ao qual tenciona renunciar, segundo disse à Lusa. Era também vice-presidente da distrital de Lisboa, cargo que já deixou, e ainda conselheiro nacional. Integrou também as listas de candidatos a deputados à Assembleia da República nas últimas legislativas.
Na Assembleia Municipal de Lisboa integrava o grupo de trabalho da Assembleia das Crianças de Lisboa.
André Ventura foi confrontado, à entrada para o plenário, com o caso do deputado municipal do Chega acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados cometidos contra um rapaz de 15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre homossexuais.
Uma vez que o partido defende a castração química de pedófilos, o líder do Chega foi questionado se este caso se incluiria e respondeu que "quem é abusador de menores deve ser castrado", independentemente de quem for.
O presidente do Chega referiu processos como o 'Tutti frutti' ou 'Influencer' para defender que a sua postura a lidar com casos que afetem o partido é diferente da de outros líderes.
"Se há que fazer limpeza em todos, faremos em todos. Eu não quero um critério para o PSD diferente do Chega. É começar no próprio Chega, é começar aqui em casa", afirmou.
E equiparou a corrupção à pedofilia.
"A corrupção e a pedofilia estão no mesmo nível, e é castração, nuns económica, noutros química", defendeu.
[Notícia atualizada às 17h14]
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