"O PAN apelou ao senhor Presidente da República que desse tempo aos partidos para poderem organizar os seus processos de auscultação interna para estas eleições, do mesmo modo em que tivemos nas últimas eleições essa oportunidade que foi dada aos principais partidos do sistema para se poderem organizar internamente", disse Inês de Sousa Real, que liderou a última comitiva recebida por Marcelo Rebelo de Sousa ao longo de todo o dia em Belém.
O PAN propôs que eleições antecipadas ocorram em 18 de maio e não no dia 11.
O Presidente da República demonstrou "sensibilidade e preocupação naquilo que foram os argumentos dos partidos para que o processo democrático interno também seja respeitado", afirmou aos jornalistas Sousa Real.
O partido de Inês de Sousa Real lamentou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os "demais partidos do sistema" como o PSD, PS e Chega, estejam "a arrastar o país para este cenário de eleições antecipadas".
Para o PAN, no dia do debate da moção de confiança que levou à queda do Governo deveria ter havido diálogo entre as várias forças políticas "para evitar que os portugueses vejam mais uma vez adiados as soluções" de que precisam para os seus problemas.
"Temos estado a trabalhar na Assembleia da República precisamente para fechar todos estes processos que estavam ainda pendentes e ao nosso alcance para podermos de facto dar a resposta que as pessoas anseiam", disse.
Questionada sobre a abertura pelo Ministério Público de uma averiguação preventiva relacionada com o primeiro-ministro e a empresa familiar, Inês de Sousa Real considerou que esta "é uma figura um pouco engenhosa".
"Não podemos aceitar que em democracia, ou até mesmo no Estado de Direito, que todo e qualquer mecanismo seja válido, sobretudo um mecanismo que acaba por ter um pouco essa incerteza jurídica do que é que efetivamente está em causa. Já vimos isso no passado também com o anterior primeiro-ministro António Costa", disse, referindo-se ao parágrafo no comunicado da PGR.
Para Inês de Sousa Real, "num contexto de eleições, Luís Montenegro não tem condições para ser candidato a primeiro-ministro, tendo em conta que não esclareceu nem afastou as dúvidas que sobre ele persistiam".
"Mas também não são os partidos do sistema, nem o Chega nem o PS, que vão dar as respostas que o país precisa", apontou.
[Notícia atualizada às 20h37]
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