A Comissão Nacional de Eleições (CNE) decidiu "advertir o Governo da República no sentido de que deve abster-se de praticar atos de governação que tenham potencialidade para serem aproveitados para efeitos de promoção eleitoral e, como tal, passíveis de violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade a que está sujeito por lei".
A deliberação foi publicada em ata hoje divulgada no "site" da CNE, que analisou uma queixa do PS contra o Governo, sobre a realização de uma reunião do Conselho de Ministros no dia 02, no Mercado do Bolhão, no Porto, dia em que o Governo, demissionário, completava um ano em funções.
Para a CNE, a "ampla divulgação e cobertura mediática da reunião" associada à "mobilização de militantes pelo PPD/PSD, partido político que suporta maioritariamente aquele Governo, teve a potencialidade para gerar uma confusão nos cidadãos entre o exercício de funções públicas e um ato de promoção de uma qualquer candidatura".
Tal confusão, considerou a CNE, tem a "virtualidade de influir na campanha para os deputados à Assembleia da República e deste modo interferir no processo de formação da vontade enquanto eleitores e, a final, na campanha eleitoral", lê-se, no documento.
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