O antigo Presidente da República e antigo primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, defendeu Luís Montenegro, dizendo que "as políticas por ele defendidas até à eclosão da crise política que levou à convocação de eleições antecipadas são um bom indicador das políticas que irão defender na próxima legislatura".
Num artigo de opinião para o Observador, Cavaco Silva escreveu que, tendo em conta a observação que fez até à crise política e que implicou a queda do Governo, "o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou ser possuidor de boas qualidades nas principais questões técnicas dos diferentes ministérios, na liderança do Governo e na defesa dos interesses nacionais na União Europeia, qualidades que não vislumbro nem antecipo nos outros líderes partidários".
Cavaco Silva referiu ainda que, avaliando "objetivamente os comportamentos e atitudes dos diferentes líderes partidários da oposição", não encontrou "em nenhum deles qualquer superioridade em relação ao atual primeiro-ministro na dimensão ética e moral na vida política".
E explicou: "A minha escolha de Primeiro-Ministro fundamenta-se em três critérios: a capacidade política e técnica, a dimensão ética na vida política e a proposta de política geral do Governo".
Spinumviva? "Erro que depois corrigiu como prova da sua boa-fé"
"Luís Montenegro cometeu inicialmente um erro de avaliação naquilo que, em tempos de fortíssima concorrência entre os meios de comunicação social, alguns destes exigem conhecer e divulgar sobre a vida pessoal dos agentes políticos. Foi um erro que, depois, corrigiu de maneira superlativa, como prova da sua boa-fé", disse o antigo primeiro-ministro, referindo-se à polémica em torno da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva.
O antigo chefe de Estado afirmou ainda que "a campanha de suspeições e insinuações" dos opositores políticos serviu "para criarem um clima político de tal forma inflamado e paralisante da ação do Governo" que não houve outra alternativa se não "a de confrontar a Assembleia da República com uma moção de confiança".
E acusa: "Foi a rejeição pela oposição dessa moção que implicou a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas".
Eleições legislativas? "Linhas de orientação das políticas defendidas pela 'AD–Coligação PSD/CDS' são mais adequadas"
Já sobre os programas eleitorais de cada um dos partidos, Aníbal Cavaco Silva, referiu que são "meras atualizações dos programas que concorreram às eleições que tiveram lugar há pouco mais de um ano".
"Assim, as políticas por eles defendidas até à eclosão da crise política que levou à convocação de eleições antecipadas são um bom indicador das políticas que irão defender na próxima legislatura", lê-se.
Cavaco Silva acrescentou ainda que "a proposta de política geral do Governo cuja execução caberá ao primeiro-ministro [...] é outro fator importante na escolha do líder partidário que deve exercer essas funções, embora indissociável da sua capacidade técnica e política".
"Na minha opinião, as linhas de orientação das políticas defendidas pela 'AD–Coligação PSD/CDS' são mais adequadas ao desenvolvimento do país, à melhoria do bem-estar das famílias e a um futuro mais promissor para os jovens do que as propostas das outras formações partidárias", defendeu.
E sublinhou: "São orientações não dogmáticas que têm em devida conta as restrições impostas pelas realidades económicas e sociais dos novos tempos, como a globalização, a integração europeia, o desenvolvimento tecnológico, a sociedade da informação, a afirmação dos poderes supranacionais e a atual convulsão geopolítica e geoeconómica".
Aníbal Cavaco Silva apontou ainda o dedo "aos obstáculos criados ao atual Governo na Assembleia da República pelos partidos da oposição" e "da óbvia incompetência técnica demonstrada por alguns deles", reiterando que o Executivo de Luís Montenegro, "nos seus onze meses de vida", atuou em diferentes áreas, tais como: "aumentar o poder de compra de salários e pensões, defendeu o emprego e a estabilidade financeira e melhorou o clima de confiança que tão importante é para preparar um futuro melhor para os jovens e para a aproximação de Portugal aos países mais ricos da União Europeia".
No final do seu artigo de opinião, o antigo primeiro-ministro disse concluir que o líder da AD, Luís Montenegro, e quando comparados com os outros líderes partidários, "tem qualidades claramente superiores em matéria de competência técnica e política, de capacidade de liderança do Governo e de defesa dos interesses portugueses na União Europeia".
Notou ainda que Luís Montenegro "não fica atrás de nenhum deles [líderes partidários] no que se refere à dimensão da ética na vida política".
Cavaco Silva voltou a defender que as "políticas da AD" são as "mais adequadas ao progresso de Portugal, nas suas diferentes vertentes", face às propostas da Oposição.
"Só a 'AD – Coligação PSD/CDS' tem possibilidades de gerar um Governo que garanta a estabilidade política de que o país tanto necessita", reiterou.
De recordar que as eleições legislativas estão marcadas para dia 18 de maio e que a campanha eleitoral já arrancou.
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