"Nós não estamos ao lado dos grandes interesses, nós estamos ao lado dos interesses do povo e vamos pugnar pela transparência no tema das barragens, porque nós queremos que se respeite o povo e o interesse público", afirmou o líder do PS, já a finalizar o comício no distrito transmontano, onde nasceu o movimento que reclama o pagamento do IMI das barragens.
Pedro Nuno Santos deixou ainda a garantia: - "Nós não governamos para o lóbi, nós defendemos o interesse público e é por isso que eu quero dizer ao Movimento da Terra de Miranda que podem contar com o PS, o PS valoriza o trabalho que vocês têm feito pela população".
A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie, tendo o negócio ficado concluído no final de 2020.
A cabeça de lista do PS por Bragança, Júlia Rodrigues, puxou o assunto da ferrovia em Trás-os-Montes, onde as capitais de distrito já não são servidas pelo comboio.
"Em Bragança e no distrito de Bragança temos que ter ferrovia, ponto final. E não são apenas projetos a prazo ou estudos sem calendário. É tempo de reabrir linhas, de ligar o território ao país e à nossa Europa e permitir que a mobilidade não seja um luxo, mas um direito", defendeu Júlia Rodrigues, que suspendeu o mandato de presidente da Câmara de Mirandela para ser candidatada nestas legislativas.
Já na parte final do seu discurso Pedro Nuno Santos gritou: - "Viva o interior de Portugal, viva Trás-os-Montes e Alto Douro, viva a ferrovia em Vila Real e em Bragança".
Já Isabel Ferreira, deputada e candidata socialista à Câmara de Bragança, salientou que o "Governo da AD esqueceu o interior do país".
"O Governo e, em particular, o ex-secretário de Estado do Estado Hernâni Dias, que era, dentro do Governo, o responsável pelas políticas de valorização do interior, esqueceu-as", acusou a candidata.
Hernâni Dias é o cabeça de lista da AD por Bragança e demitiu-se do cargo de secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território no final de janeiro, depois de ter sido noticiado pela RTP que criou duas empresas imobiliárias já enquanto governante, e quando era responsável pelo decreto que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a chamada lei dos solos.
[Notícia atualizada às 19h40]
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