Com 99,23% dos votos contados, o Livre teve 250.651 votos nestas eleições legislativas -- mais 45.975 votos do que em 2024, correspondendo a 4,20% - obtendo um grupo parlamentar de seis deputados, mais dois do que tinha até ao momento.
Este foi o melhor resultado de sempre do Livre em eleições, tendo o crescimento sido transversal em todo o país.
Apesar disso, não conseguiu alcançar a eleição em nenhum novo distrito, tendo obtido mandatos precisamente nos mesmos círculos eleitorais do que em 2024: Lisboa, Porto e Setúbal.
Em Lisboa, o Livre reelegeu os dois co-porta-vozes do partido, Rui Tavares e Isabel Mendes Lopes, e ainda Patrícia Gonçalves.
Em Setúbal reelegeu Paulo Muacho e, pelo Porto, voltou a eleger Jorge Pinto a quem se junta agora Filipa Pinto.
Apesar de o partido ter batido um recorde na sua história, o ambiente que se viveu no Teatro Thalia, em Lisboa, `quartel-general´ da noite eleitoral do Livre, foi agridoce com os apoiantes a reagirem com silêncio e alguma apreensão às primeiras projeções televisivas.
Escusando-se sempre a traçar uma meta, o porta-voz do Livre assumiu, contudo, na quinta-feira e pela primeira vez durante a campanha eleitoral, a ambição de duplicar o grupo parlamentar, chegar aos 300 mil votos e ultrapassar a Iniciativa Liberal (IL) tornando-se na quarta força política em Portugal.
Sem alcançar o objetivo pretendido, e não comentando diretamente os resultados obtidos, Rui Tavares agradeceu aos mais de 200 mil eleitores que escolheram o Livre deixando o partido "perto de eleger o sétimo deputado".
"Nós saberemos representar-vos, sentirão orgulho em nós", garantiu.
Relativamente à IL, Rui Tavares referiu que ainda não foi nestas eleições que ultrapassou o partido do "motosserismo", mas será nas próximas.
"Não estamos assim tão longe, não perdem pela demora", atirou.
O porta-voz do Livre salientou ainda que, o próximo passo, é esvaziar o Chega, lamentando o crescimento do partido liderado por André Ventura nestas legislativas.
Lamentando também a vitória da Aliança Democrática (Coligação PSD/CDS-PP), Rui Tavares afirmou que avisou a esquerda que tinha de apresentar uma clara alternativa de governação para derrotar uma direita que considerou estar radicalizada.
A noite acabou com Rui Tavares a chamar ao palco deputados e apoiantes para, juntos, cantarem a música "Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso.
Antes de abandonar o palco, Rui Tavares gritou "vamos vencer. Isto vai ter de mudar. Que raio, o nosso país pode ter melhor".
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