"PS não deverá inviabilizar a entrada em funções do governo"

Augusto Santos Silva comentou as eleições internas no Partido Socialista - marcadas para 27 e 28 de junho - bem como a candidatura de José Luís Carneiro ao lugar de secretário-geral.

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Notícias ao Minuto
25/05/2025 23:28 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

Política

PS

O antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, começou por dizer, este domingo, que considera que "a marcação da eleição para secretário-geral do PS já, é uma boa medida, porque o PS não pode estar sem cabeça durante meses, seria muito perigoso".

 

"A reflexão mais profunda que tem de se fazer, pode fazer-se depois das eleições autárquicas. Portanto esta solução, de fazer já a eleição do secretário-geral e deixar o Congresso para depois, parece-me bastante razoável", referiu em entrevista na antena da CNN Portugal. 

Questionado sobre se a eleição ser já em junho não tornará difícil o futuro do próximo líder do PS (que tendo em conta a candidatura única aparenta ser, para já, José Luís Carneiro), na perspetiva da viabilização de um programa da AD e de uma eventual derrota nas eleições autárquicas com candidatos não escolhidos por si, o socialista respondeu que "é uma situação difícil", mas não por essas razões.

"Em primeiro lugar parece-me óbvio que o PS não permita que seja aprovada qualquer moção de rejeição ao programa de governo. Tivemos eleições no domingo passado, tiveram um vencedor claro, que foi a AD, e é a coisa mais natural do mundo que o Presidente da República indigite Luís Montenegro para primeiro-ministro e que ele constitua governo - PS não deverá inviabilizar a entrada em funções do governo", elaborou.

Para Santos Silva, as eleições autárquicas, são "bastante diferentes das eleições legislativas". "As candidaturas são quase todas longamente amadurecidas, quer no processo interno do partido, quer na relação com as populações, e portanto também não creio que vamos partir para as eleições autárquicas com uma atitude pessimista", assumiu.

Sobre se uma derrota nas autárquicas poderá ser o princípio do fim do PS como partido do poder, o antigo presidente da AR refere que "o PS já teve derrotas muito severas e soube sempre recuperar".

Pedro Nuno Santos "deu o melhor de si"

Recordando que não apoiou Pedro Nuno Santos nas últimas eleições internas, reconheceu que "deu o melhor de si como secretário-geral do PS". "Ao contrário do que se diz, Pedro Nuno Santos teve uma posição muito moderada, equilibrada e fez uma boa campanha. Não foi por causa dele que o PS perdeu com a dimensão da derrota que teve. Dito isto, creio que José Luís Carneiro tem muitas qualidades e tem qualidades especialmente importantes para esta fase em que nos encontramos - a principal das quais é a proximidade com as pessoas - tem uma forma de fazer política muito aberta, muito empática, sabe ouvir e compreender o que lhe dizem", assumiu.

"O que creio que uma eventual liderança de José Luís Carneiro trará a mais ao PS e de que o PS precisa é mais abertura. É um partido muito grande, dirige-se a todos os portugueses e tem de ter uma condução política que afaste a lógica do pequeno grupo", diz o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Alianças e revisão constitucional

Santos Silva refere que o "PS manterá a estabilidade", mas que "tudo depende do que o governo for fazer, das alianças que o governo implícita ou explicitamente quererá cultivar" e que "as primeiras declarações dos dirigentes do PSD são muito preocupantes".

"A ideia de que o PSD pode partir para uma revisão constitucional considerando que tanto faz fazer essa revisão constitucional com o PS ou com a extrema-direita, é uma ideia perigosíssima. Não pode o governo PSD querer que o PS tenha uma posição dialogante e ao mesmo tempo querer agredir o regime democrático português desta forma tão violenta", rematou.

Leia Também: "PS tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país"

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