Montenegro quer dialogar "com todos". Parceiro? "São os portugueses"

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, escusou-se hoje a apontar um parceiro preferencial para a legislatura, dizendo ter "uma maioria robusta" e contar com "a responsabilidade de todos".

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© REUTERS/Pedro Nunes

Lusa
29/05/2025 19:48 ‧ ontem por Lusa

Política

Governo

"Nós não vamos celebrar nenhum acordo permanente de governação nem de incidência parlamentar com nenhuma força política, vamos dialogar com todas as forças políticas na procura das melhores soluções legislativas e governativas para responder às necessidades das portuguesas e dos portugueses e contamos com todos, como é natural", afirmou Luís Montenegro, após uma audiência a sós de cerca de uma hora com o Presidente da República, e já depois de ter sido publicada uma nota oficial no site de Belém a dar conta da conta da sua indigitação.

 

Perante a insistência dos jornalistas se terá um parceiro preferencial de negociações entre o PS e o Chega, respondeu: "Eu sempre disse que o nosso parceiro são os portugueses e as portuguesas".

"Evidentemente que eu sei quais são aqueles que se apresentam à partida com maior capacidade de poder denotar maturidade política, responsabilidade política, mas todos têm condições para poder ajudar o país, Portugal, as portuguesas e os portugueses a terem mais bem-estar, mais qualidade de vida e não excluímos ninguém nesse trabalho", afirmou.

À saída da sua segunda audiência com Marcelo Rebelo de Sousa -- a primeira foi com outros elementos da direção do PSD -, o primeiro-ministro salientou que a coligação AD (PSD/CDS-PP) "viu reforçada a sua representação na Assembleia da República com uma votação expressiva que ultrapassou os 2 milhões de votos e que hoje representa 91 deputados na Assembleia da República", que considerou "uma maioria robusta".

Montenegro sublinhou, por outro lado, que estes dois partidos juntos têm "mais 31 deputados que a segunda força política com representação parlamentar e mais 33 deputados que a terceira força política", referindo-se implicitamente ao Chega e ao PS.

"O Governo vai, portanto, dar sequência ao trabalho que veio realizando ao longo do último ano, estamos absolutamente focados em dar resposta às principais preocupações das portuguesas e dos portugueses", disse.

Entre estas, elencou o crescimento da economia e criação da riqueza para poder continuar "a aumentar os rendimentos de trabalhadores e pensionistas" e a capacidade das empresas atraírem novos investimentos.

"Vamos continuar a transformar o Serviço Nacional de Saúde, a dar qualidade e exigência à escola pública, a executar o nosso plano de investimento público no setor da habitação, a favorecer a mobilidade dos portugueses, a dar regulação e dignidade no setor da imigração, a reforçar o policiamento de proximidade e o sentimento de segurança dos portugueses, a apostar numa política fiscal que possa ser um dos fatores de retenção do nosso capital humano, em particular dos mais jovens", acrescentou.

Para estas "orientações de política essenciais" do próximo executivo, Montenegro disse "convocar todos os portugueses e os partidos que os representam (...) nomeadamente aqueles que têm representação parlamentar e aqueles que têm mais expressão de responsabilidade por via da vontade do povo português".

Questionado pelos jornalistas, disse não ter iniciado ainda qualquer conversação com a oposição, dizendo que o "tempo certo" para tais conversas será apenas depois de o Governo entrar em plenitude de funções.

"Nós vamos cumprir a nossa responsabilidade de governar, aos partidos da oposição cabe cumprir a sua responsabilidade de colaborarem com o Governo e de apresentarem as suas alternativas e de se oporem ao Governo também. A democracia é isso, a democracia é também o diálogo político, nós estamos absolutamente abertos para dialogar, é a tolerância, é o espírito de fazer prevalecer o interesse nacional, é o sentido de responsabilidade, eu conto com o sentido de responsabilidade de todos", reforçou.

Sem que ninguém o tivesse ainda questionado sobre o tema, o primeiro-ministro fez questão de salientar que a revisão constitucional "não é uma prioridade do Governo" neste momento, admitindo discutir este tema "lá mais para a frente".

[Notícia atualizada às 20h05]

Leia Também: Luís Montenegro já foi indigitado primeiro-ministro

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