O socialista Sérgio Sousa Pinto condenou, na quarta-feira, o momento em que o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo foi insultado numa cerimónia do 10 de Junho em homenagem aos ex-combatentes, em Lisboa.
"Acho inaceitável que seja insultado. Não é pelo facto de o Almirante ser candidato que passa a ter obrigação de se sujeitar a insultos. O espaço democrático não é o território dos insultos", defendeu, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
Sousa Pinto sugeriu ainda que, depois de o espaço público se tornar território "natural de insultos", existe a possibilidade de se transformar também em território das violências.
"As pessoas quando vêm para a vida pública e política é com a finalidade de servirem, não é com a finalidade de serem insultadas", sublinhou.
O comentador recorreu ainda à ironia para reforçar a sua condenação ao sucedido na cerimónia, na qual se ouviram vozes a dizer que "Gouveia e Melo está entregue aos traidores", entre insultos racistas devido à presença do imã de Lisboa.
Referindo-se àqueles que escolhem a causa pública, ironizou: "Como decidiram escolher o caminho da depravação, servir o Estado e a República merecem tudo. São pintados de verde, são insultados… Meteram-se na política, andavam a pedi-las."
E, confrontado durante o seu espaço de comentário, Sousa Pinto foi assertivo quanto à forma como se devem encarar os insultos: "Os nossos cidadãos só têm duas formas de se exprimir, que é a legal e ilegal."
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