"Apesar da incerteza política, esperamos que a França se conforme - com atraso - ao quadro orçamental europeu e consolide progressivamente as suas finanças públicas a médio prazo", indicou a agência, em comunicado, ao mesmo tempo que sublinhou o caráter "aberto" e "diversificado" da economia francesa.
Apesar de a manutenção da perspetiva significar que a nota não deve ser alterada no futuro próximo, a S&P admitiu uma degradação da mesma "se o governo se mostrar incapaz de reduzir o importante défice público ou se o crescimento económico ficar aquém das nossas projeções durante um período longo".
O ministro da Economia francês, Antoine Armand, saudou a decisão da S&P, que, na sua opinião, "testemunha o crédito dado ao governo para reduzir o défice e recuperar as finanças públicas".
Em comunicado de reação ao rating da S&P, o ministro salientou que "a agência sublinha, todavia, o risco associado à incerteza política, que pode colocar em causa esta trajetória".
A decisão da S&P, que tinha baixado a nota da França em maio, ocorre quando o governo francês, minoritário, multiplica os compromissos para procurar escapar a uma moção de censura, que pode ser apresentada na próxima semana, a propósito do orçamento da segurança social, se recorrer a um instrumento legal que lhe permite aprová-lo sem recorrer a uma votação.
O governo aceitou não aumentar uma taxa sobre a eletricidade, para satisfazer a União Nacional (UN), que ameaça unir-se à esquerda para o derrubar.
A chefe da UN, Marine Le Pen, contudo, não parece disposta a renunciar a censurar o governo na próxima semana, reprovando-lhe cedências "não financiadas por poupanças estruturais", o que pode "precipitar a crise financeira".
Em outubro, a Moody's e a Fitch tinham mantido a nota dada à França, mas complementando-a com uma perspetiva negativa.
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