Num comunicado divulgado hoje, a Century 21 Portugal detalha ter alcançado as 25.927 transações imobiliárias no ano passado, das quais 20.653 foram vendas e 5.274 arrendamentos.
Segundo a consultora imobiliária, o número de transações acelerou sobretudo no segundo semestre do ano, com um crescimento homólogo de 22% no terceiro trimestre e de 29% no último, que se destacou com um recorde de transações (6.523 vendas e 1.399 arrendamentos).
No ano passado, o preço médio de venda foi de 206.858 euros, um crescimento de apenas 1% face a 2023 e que compara com o aumento do preço médio superior a 10% das casas em Portugal apurado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), especialmente fora das grandes cidades de Lisboa e Porto.
Em 2024, os Estados Unidos consolidaram-se como o principal país de origem de clientes estrangeiros que compraram através da rede Century 21 Portugal, com um crescimento superior a 110%, enquanto o Reino Unido aumentou 136,32% e a Alemanha teve o maior crescimento percentual, atingindo 200,39%.
O 'top 10' incluiu ainda a Índia, Noruega, Lituânia, França, Holanda, Espanha e Itália, refletindo, segundo a consultora, "um crescente interesse no mercado imobiliário português".
Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Century 21, Ricardo Sousa, refere que "o forte interesse dos EUA, Reino Unido e Alemanha destaca a confiança dos investidores estrangeiros, enquanto os mercados emergentes como a Índia e países do Norte da Europa começam a ganhar relevância, reforçando a necessidade de políticas estáveis para apoiar este dinamismo".
No segmento do arrendamento, os dados mais recentes do INE apontam um aumento de 10,7% no terceiro trimestre de 2024, mas na rede Century 21 Portugal o valor médio mensal registou um crescimento superior, passando de 1.182 euros em 2023 para 1.506 euros em 2024, "refletindo a crescente pressão sobre este mercado e a procura concentrada em áreas de maior dinamismo económico, como Lisboa e Porto".
Segundo Ricardo Sousa, "a ausência de incentivos para que pequenos e grandes proprietários coloquem os seus imóveis no mercado de arrendamento, aliada à falta de políticas eficazes para promover soluções 'built-to-rent' e à persistência de um mercado de arrendamento informal e pouco fiscalizado, são fatores determinantes para esta escalada de preços".
"É urgente criar um ambiente regulatório estável e atrativo que promova mais oferta no mercado de arrendamento e responda de forma eficaz às necessidades habitacionais das famílias portuguesas", sublinha.
Relativamente às perspetivas para 2025, a Century 21 destaca o impacto positivo no setor do dinamismo do mercado do trabalho, da descida das taxas de juro, das alterações demográficas e da visibilidade internacional de Portugal, que continua a atrair investidores de mercados tradicionais como EUA, Reino Unido e Alemanha e de novos mercados como o Médio Oriente e Índia.
"Estes fatores vão impulsionar a procura, no entanto, a recuperação do número de transações e da esperada estabilização dos preços vai obrigar os portugueses a abdicar de alguns critérios de seleção da casa desejada, como a zona, o tamanho da casa e alguns extras para conseguirem adquirir ou arrendar a casa que necessitam", antecipa.
Face a esta situação, a consultora considera ser "crucial agilizar e repensar os planos urbanísticos numa escala e perspetiva metropolitana, otimizando a utilização dos solos", assim como " rever os códigos de construção, adaptando as regras à tecnologia disponível e às novas preferências das pessoas" e "investir, com urgência, na melhoria da mobilidade urbana, de forma a conectar as áreas residenciais periféricas aos centros de emprego, serviços, educação, saúde e cultura".
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