REN alerta que não consegue "fazer mais e melhor com menos custos"

O presidente executivo da REN, Rodrigo Costa, disse hoje estar preocupado com a rentabilidade da empresa face aos avultados investimentos e alertou que a gestora das redes energéticas nacionais não consegue "fazer mais e melhor com menos custos".

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© John Keeble/Getty Images

Lusa
12/02/2025 12:18 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

REN

"Se compararmos a REN com qualquer outra congénere europeia, somos os recordistas, aqueles que conseguem [fazer] mais por menos", começou por destacar o gestor durante o seminário "Análise do Setor Elétrico e Prospetiva para o novo Período Regulatório 2026-2029", promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a decorrer no Instituto Superior Técnico.

 

Rodrigo Costa detalhou que nos últimos 10 anos a empresa investiu mais de mil milhões de euros nas redes, mas face à dimensão do país e desafios do setor olha com alguma preocupação para futuros investimentos.

"Hoje somos vistos como uma referência internacional em matéria de qualidade de serviço e custo, mas quando olhamos para a frente temos um custo para a empresa. A nossa rentabilidade financeira, quando comparada com os congéneres, é inferior", alertou.

O gestor assegurou que esta é a forma da gestora de redes nacionais trabalhar e vai manter-se. Mas isso acontece com "um sacrifício que é feito da rentabilidade da própria empresa", algo que preocupa o gestor, confessou.

"Em termos do esforço para absorver todos os custos que a indústria teve, não vejo que se possa pensar que haja capacidade para fazer mais, melhor e com menos custos", defendeu, acrescentando acreditar que o regulador estará atento a este desafio.

"Nós hoje somos uma das empresas em Portugal com um dos melhores ratings financeiros, se não o melhor. Temos uma perspectiva de estabilidade muito boa em relação ao futuro, mas vivemos muito preocupados, principalmente com aquilo que estamos a falar hoje, que é o próximo período regulatório porque vivemos numa situação de imensos desafios", sustentou o presidente executivo da REN.

Rodrigo Costa admitiu que a REN não é uma empresa "perfeita". "Nós trabalhamos bem, acho eu, mas muita gente se queixa do tempo que demoramos a fazer as coisas ou da complexidade do licenciamento. Mas, como é óbvio, são consequências do sistema em que vivemos, que eu acho que os nossos governantes têm uma boa consciência disso", referiu.

Para o gestor é essencial que a nova regulação que será desenhada promova incentivos à inovação.

"É algo que nós não temos e que precisamos, porque esta inovação permitirá sermos melhores e endereçar alguns dos desafios que já falámos aqui hoje", como a digitalização das redes ou o aumento do autoconsumo, ou seja, da produção de energia descentralizada.

Outro dos temas que o líder da REN considera "dramático" é a cibersegurança. "É talvez a área onde nos últimos sete ou oito anos tivemos que investir mais".

"Com franqueza, vivemos sempre aterrorizados com aquilo que nos pode acontecer um dia", confessou.

Uma situação que acarreta vários problemas: ter "melhores e mais sistemas", mas também no recrutamento de quadros especializados na área, revelou o presidente executivo da REN.

Leia Também: Portugal integrado no mercado europeu? "Há todo um trabalho a fazer"

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