"A IFC, conjuntamente com o Banco Mundial, vai anunciar, nas reuniões da primavera [em abril, em Washington], um produto de financiamento ao setor agrícola que pensamos ser revolucionário", referiu, à margem do Fórum de Negócios da África Lusófona, que decorreu quinta-feira e sexta-feira na ilha do Sal, Cabo Verde.
A mudança deverá residir "na forma como abordar o financiamento à agricultura, porque tem mecanismos que vão poder beneficiar pequenos produtores", que compõem a maioria da força de trabalho do setor em África, informal e virado para a subsistência.
No entanto, a dinamização do setor privado para investir na agricultura foi apontada como prioritária no fórum realizado em Cabo Verde, tendo em conta a insegurança alimentar crónica no continente.
"África tem terra fértil, em muitos países tem água, mas a grande questão é: como investir? Se olharmos para o setor de agricultura, na maior parte dos países, é ainda dominado pelo mercado informal, pela agricultura de subsistência. Como financiar estes "players" [intervenientes]?", questionou Cláudia Conceição.
"Já existe um grande tema sobre as dificuldades de financiamento às pequenas e médias empresas, que é sempre muito mais difícil do que o financiamento às grandes corporações. Mas, no tocante às questões relacionadas à agricultura, em particular, é ainda mais complicado", disse.
Os riscos e a falta de garantias, num cenário de informalidade, têm retraído os investimentos e dificultam a criação de linhas de financiamento.
Os mecanismos a anunciar "vão poder beneficiar os pequenos produtores", concluiu.
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