Fed americana admite que tarifas de Trump estão a subir inflação

O presidente da Reserva Federal (Fed) americana, Jerome Powell, admitiu hoje que as tarifas anunciadas por Donald Trump estão a subir a inflação e atrasar a meta de 2% que impôs, mas alertou que é difícil quantificar o impacto.

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Lusa
19/03/2025 20:14 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Reserva Federal

Numa conferência de imprensa depois da reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), que decidiu manter as taxas de juros inalteradas, Powell admitiu que uma parte do aumento da inflação "vem das tarifas", adiantando que a Fed irá trabalhar para saber com mais certeza qual o impacto, mas alertou que será "muito difícil ter uma avaliação precisa" deste impacto.

 

Powell salientou por diversas vezes a "incerteza" do quadro económico no país, apontando a descida da confiança dos consumidores e negócios, tendo por base inquéritos levados a cabo pela entidade, e que apontam as tarifas como fator que está a levar a este aumento.

O presidente da Fed indicou que, nos 12 meses terminados em fevereiro, os preços aumentaram 2,5% e, tendo em conta o 'core', sem energia e comida, a subida foi de 2,8%. Para este ano, a Fed estima a inflação a acelerar para 2,7%, face aos 2,5% que previa. A meta mantém-se em 2%.

As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) também mostram algum abrandamento, com 1,7% de crescimento este ano (face a 2,1% previstos anteriormente), indicou, apontando para valores abaixo de 2% nos próximos dois anos.

O desemprego está nos 4,1% e poderá subir ligeiramente, para 4,4% este ano e 4,3% nos anos seguintes.

Ainda assim, o presidente da Fed sublinhou que os dados da economia americana mostram que continua numa trajetória positiva, mas admitiu que, neste momento, não estão alinhados com a confiança dos consumidores.

"É muito difícil saber para onde vamos. É apropriado esperar por mais clareza", indicou. 

Quanto à possibilidade de uma recessão, Powell admitiu que o risco aumentou, mas que continua baixo.

A Reserva Federal decidiu hoje voltar a manter os juros, citando o aumento da "incerteza" em torno da evolução da economia americana nos próximos tempos. 

Assim, as taxas de referência do banco central norte-americano continuam no intervalo de 4,25%-4,5%, tal como já era antecipado pelos mercados e pelos analistas.

No ano passado, a Fed cortou as taxas três vezes consecutivas desde setembro, numa redução que totalizou os 100 pontos base, uma tendência que foi interrompida em janeiro.

Leia Também: Antigo estratega de Trump acredita que presidente ganhará um 3.º mandato

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