"Passados quase três meses desde o início de 2025, a incerteza no que respeita à evolução geopolítica, à dinâmica socioeconómica e ao comportamento dos consumidores nas nossas três geografias, permanece muito elevada", diz Pedro Soares dos Santos, no comunicado de resultados do grupo relativos a 2024.
"Apesar deste nível de incerteza, mantemo-nos fiéis às nossas prioridades e ao nosso sentido de missão: servir os consumidores que nos escolhem com os preços mais competitivos do mercado, ofertas diferenciadas e de qualidade, e uma boa infraestrutura de lojas", sublinha o gestor.
Paralelamente, "trabalharemos para reforçar a eficiência e a disciplina de custos como forma de gerir a pressão sobre as margens face à subida incontornável dos custos com pessoal, na sequência de novas revisões dos salários mínimos em cada um dos países onde operamos", acrescentou.
Face a este contexto "de grande complexidade, vamos continuar focados em crescer de forma sustentável, respondendo também aos desafios ambientais e sociais que enfrentamos, prestando especial atenção às necessidades das nossas equipas, quer através de uma política salarial justa, quer através de projetos de assistência e bem-estar social, que contarão, em 2025, também com os resultados do trabalho da recém criada Fundação Jerónimo Martins", aponta Pedro Soares dos Santos.
A Jerónimo Martins opera em Portugal, na Polónia, na Colômbia e, no início deste mês, entrou na Eslováquia através da insígnia polaca Biedronka.
No ano passado, "tudo o que antecipámos nas perspetivas do ano, aquando da publicação dos resultados de 2023, acabou por acontecer", refere o gestor.
"Foram vários os fatores que se conjugaram para gerar um contexto de operação muito difícil para as nossas insígnias: deflação nos cabazes depois de dois anos de fortes aumentos dos preços, elevada inflação de custos, uma forte sensibilidade ao preço por parte dos consumidores, que se mostraram cautelosos e a intensificação da concorrência no mercado de retalho alimentar", aponta o gestor.
"Focadas em garantir volumes, as nossas insígnias, com destaque para a Biedronka, competiram com determinação pelas vendas e ultrapassaram o desafio de somar mais um ano de desempenho acima do dos mercados em que operam", salienta Pedro Soares dos Santos.
As equipas "trabalharam afincadamente na criação de oportunidades de poupança para os consumidores, ao mesmo tempo que cuidaram da qualidade global das nossas propostas de valor, permitindo aumentar, numa base comparável, o número de clientes, crescer vendas em volume e reforçar quotas de mercado".
O lucro da Jerónimo Martins caiu 20,8% no ano passado, face a 2023, para 599 milhões de euros.
Em igual período, as vendas subiram 9,3% para 33.464 milhões de euros.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 2,9% para 2.232 milhões de euros.
Leia Também: Administração da Jerónimo Martins propõe dividendo de 0,59 euros por ação