O acordo de cooperação bilateral para reforma do sistema de abrigos civis da Ucrânia foi hoje assinado durante a visita oficial ao país nórdico do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou o Governo finlandês.
Em comunicado, o governo finlandês adiantou que o acordo garantirá que o sistema de abrigos civis vai ao encontro dos objectivos estratégicos nacionais da Ucrânia.
O documento foi assinado pelo ministro do Interior finlandês, Mari Rantanen, e pelo ministro ucraniano das Indústrias Estratégicas, Herman Smetanin, que visitaram o abrigo subterrâneo de civis de Merihaka com Zelensky e o Presidente finlandês, Alexander Stubb.
"Vamos apoiar a Ucrânia no desenvolvimento do seu sistema de abrigos de proteção civil, uma vez que a Finlândia tem uma vasta experiência nesta área. A Ucrânia experimentou em primeira mão a necessidade de proteção civil durante os mais de três anos de agressão russa", disse Rantanen no comunicado.
A Finlândia, que partilha uma fronteira de mais de 1.300 quilómetros com a Rússia, tem uma vasta experiência em proteção civil, tendo construído quase 54.000 abrigos de defesa civil nas áreas urbanas mais populosas desde a Segunda Guerra Mundial, proporcionando abrigo a um total de 4,4 milhões de pessoas, 80% da população atual.
De acordo com o Ministério do Interior finlandês, os serviços de proteção civil e de resgate estão entre as principais áreas de assistência material não militar que o país nórdico presta à Ucrânia.
Até à data, a Finlândia enviou 409 camiões de ajuda material para a Ucrânia para satisfazer as necessidades dos serviços de resgate, dos setores da energia e da saúde, entre outros.
O montante total da ajuda finlandesa a Kyiv desde o início da guerra, incluindo a ajuda civil e militar, ascende a 3,6 mil milhões de euros, de acordo com o governo finlandês.
A reunião de Zelensky e Stubb em Helsínquia centrou-se no apoio da Finlândia à Ucrânia e nas medidas para pôr fim à guerra de agressão da Rússia.
Participaram igualmente nas discussões os titulares da Defesa e dos Negócios Estrangeiros e Finanças do país nórdico, que aderiu à NATO em 2023, no seguimento da invasão russa da Ucrânia, após décadas de neutralidade.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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