"É totalmente falso. Pretende-se atingir a administração da Caixa. A administração da Caixa não calcula prémios", referiu Macedo em Lisboa, durante a apresentação de resultados do primeiro trimestre do banco, apontando que essa função "pertence às hierarquias".
O líder da CGD reagia assim a uma notícia da Lusa, que dava conta de que a Comissão de Trabalhadores (CT) da CGD acusou o banco público de ter não gastado o valor total previsto em prémios para trabalhadores da rede comercial, considerando o gestor que cria inveja um "banco público ser bem gerido e dar lucros".
"A administração da Caixa não avalia 6.000 trabalhadores. São 1.100 hierarquias que avaliam 6.000 trabalhadores. Os prémios são discutidos com as hierarquias. Os cálculos são feitos pela Direção de Recursos Humanos, pela Direção Comercial de Marketing e pela Direção de Pessoal", garantiu.
Segundo o presidente da instituição, o prémio global da CGD aumentou em 28%, valor "que também inclusive foi pago às Comissões de Trabalhadores e aos sindicalistas", disse.
"Promovemos 21% das pessoas. Este ano já promovemos mais de 800 pessoas", explicou.
"A remuneração mínima na Caixa já é acima dos 1.700 euros em termos de remuneração bruta total", o que é "um aumento de 10% face ao ano passado e portanto continuamos com os valores que conhecem de remuneração média acima dos 2.500 euros", disse o presidente do banco público.
"E depois dá-se uma coincidência, que é temos o melhor inquérito de satisfação [de colaboradores]", indicou.
"Nunca disse aquilo que muitas vezes já ouvi dizer: que somos campeões nacionais", destacou, salientando que esse facto gera "inveja".
"Um banco público então ser bem gerido e dar resultados é uma coisa trágica", ironizou.
A Comissão de Trabalhadores da CGD acusou hoje o banco público de ter não gastado o valor total previsto em prémios para funcionários da rede comercial, apesar de terem cumprido os objetivos, considerando a situação "extremamente grave" e "injusta".
Segundo a CT, do total de mais sete milhões de euros orçamentado em 2024 para prémios comerciais na rede comercial de clientes particulares e empresas não foram gastos mais de 500 mil euros.
A CT disse à Lusa que lhe chegaram vários relatos de trabalhadores que cumpriram objetivos e não receberam prémios e que ao fazer posteriormente as contas a essa rubrica confirmou isso mesmo através do valor orçamentado não despendido.
Segundo a CT, em causa não está o total da remuneração variável atribuída pelo banco aos seus funcionários, mas especificamente os prémios e incentivos de trabalhadores da rede comercial.
Contactada, nessa altura, pela Lusa, fonte oficial disse que a CGD atribui a remuneração variável aos empregados através de duas formas, como 'prémios de desempenho, potencial e retenção' e como 'incentivos comerciais' (aplicáveis apenas à rede comercial).
Referente a 2024, no total, a CGD disse que "ultrapassou em 5,6 milhões de euros a remuneração variável inicialmente orçamentada" para a operação em Portugal (sem incluir prémios da administração), pois esta totalizou 35,9 milhões de euros entre prémios e incentivos comerciais.
Sobre especificamente os incentivos comerciais não atribuídos a funcionários da rede comercial, afirmou o banco que são atribuídos consoante cumprimento dos objetivos e que é "normal que nem todos os colaboradores atinjam sempre os objetivos em todos os ciclos [comerciais]", pelo que não os recebem.
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