De acordo com o responsável do Ministério do Comercio e Indústria guineense, Lassana Fati, teve início na quarta-feira o processo de escoamento das 130 mil toneladas da castanha, principal produto agrícola do país.
O escoamento da castanha, em armazéns à volta do porto de Bissau, de onde são transportadas em camiões para o porto comercial, vai decorrer a granel ou em contentores para navios que vão chegando e saindo do porto nos próximos dias, disse Fati.
A Lusa constatou uma grande azáfama e homens no processo de descarga de sacas da castanha de camiões para um navio alugado por empresários indianos, que também fiscalizavam a operação.
"O processo de exportação da castanha de caju 2025 começou (...) e está a correr muito bem. Em menos de 24 horas já temos quase mil toneladas a serem exportadas. Isso demonstra que há uma dinâmica interessante", declarou Lassana Fati.
O diretor-geral do Comércio Externo guineense afirmou que, "se tudo correr bem", até finais de outubro o país poderá encerrar, "de forma satisfatória" o processo de exportação da castanha de caju de 2025.
Lassana Fati espera que o país possa exportar este ano 200 mil toneladas, o que faria superar as 163 mil toneladas exportadas em 2024, situação que ficou aquém das expectativas do Governo, disse.
Neste momento, adiantou Fati, 20 empresas, na maioria indianas, solicitaram e receberam do Ministério do Comercio e Indústria guineense licenças de exportação da castanha e, se o país conseguir escoar as 200 mil toneladas, poderá arrecadar cerca de 250 milhões de dólares (220,6 milhões de euros).
Em 2024, a exportação da castanha guineense foi feita por empresários indianos, chineses e vietnamitas, indicou o diretor-geral do Comércio Externo, para quem a "situação está boa este ano", tendo em conta o impacto das alterações climáticas na safra passada nas regiões do leste do país.
"As altas temperaturas afetaram a produção nas regiões de Bafatá e Gabu" em 2024, disse Lassana Fati.
Fati aproveitou a ocasião para convidar empresários portugueses a investirem no setor da castanha do caju da Guiné-Bissau, que disse ser "um potencial".
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