O conclave é um evento notoriamente secreto. Os cardeais ficam confinados num único espaço partilhado sem permissão para a entrada ou saída de mensagens, exceto pelo fumo que sinaliza o sucesso, ou não, da votação.
O que acontece exatamente no conclave é desconhecido, mas uma coisa é certa: os cardeais precisam de comer durante os dias ou semanas que levam para eleger o novo líder dos 1,4 mil milhões de católicos do mundo.
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De acordo com a BBC, a comida pode ser um vetor de mensagens clandestinas.
Posto isto, desde 1274 que foram estipuladas regras rígidas pelo Papa Gregório X. Os alimentos são rigorosamente controlados, não sendo permitido nada que possa ocultar uma mensagem secreta.
Nada de tortas fechadas. Nada de raviolis. Nada de frangos inteiros. Vinho e água têm de ser oferecidos em copos transparentes, não em recipientes opacos. Guardanapos de pano são abertos e cuidadosamente inspecionados para que nenhuma informação seja transmitida para o mundo exterior.
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Para este conclave, que começou esta quarta-feira, 7 de maio, as freiras da Domus Sanctae Marthae - a residência moderna onde os cardeais vivem durante o seu isolamento - prepararão pratos simples, típicos do Lácio, a região italiana que circunda o Vaticano. Entre eles: sopa minestrone, esparguete, arrosticini (espetos de cordeiro) e legumes cozidos.
Embora possa parecer diferente dos conclaves renascentistas, onde as refeições eram preparadas por empregados domésticos seculares, que operavam sob rigoroso protocolo e vigilância, o resultado é o mesmo: o processo é meticulosamente controlado, garantindo que nenhuma informação entre ou saia.
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