Chefes da diplomacia do G7 vão debater mandados de detenção do TPI

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, reunidos na próxima semana em Itália, vão debater os recentes mandados de captura emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), nomeadamente contra o líder israelita Benjamin Netanyahu, anunciou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

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Lusa
22/11/2024 17:30 ‧ há 5 horas por Lusa

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Médio Oriente

"A presidência italiana do G7 tenciona inscrever esta questão na ordem de trabalhos da próxima reunião ministerial, que se realizará em Fiuggi, de 25 a 26 de novembro [segunda e terça-feira]", declarou Meloni, cujo país assume este ano a presidência rotativa do G7 (grupo das sete maiores economias mundiais), num comunicado de imprensa.

 

A par do primeiro-ministro israelita, os mandados de captura emitidos pelo tribunal internacional na quinta-feira visam ainda o seu antigo ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o chefe do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, Mohammed Deif, presumivelmente morto num ataque israelita no verão.

Meloni comprometeu-se ainda a "examinar mais profundamente (...) as razões que levaram a esta decisão do Tribunal Penal Internacional", razões que, segundo frisou a líder italiana, "devem ser sempre objetivas e não de natureza política".

"Um ponto permanece claro para este Governo: não pode haver equivalência entre as responsabilidades do Estado de Israel e da organização terrorista Hamas", sublinhou.

Esta clarificação por parte de Meloni surge após declarações contraditórias dos seus ministros.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, afirmou na quinta-feira que a Itália seria "obrigada a deter" Netanyahu e Gallant se estes viessem a Itália, enquanto o vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga, disse no mesmo dia que "Netanyahu seria bem-vindo se viesse a Itália".

Por sua vez, o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, foi mais cauteloso, manifestando o apoio da Itália ao TPI, "embora recordando que o tribunal deve ter um papel jurídico e não político".

O TPI não dispõe de uma força policial para deter suspeitos, mas os seus 125 Estados-membros, incluindo o Reino Unido e os países da União Europeia (UE), são obrigados a cooperar com o tribunal.

Os Estados Unidos e Israel não são membros do tribunal internacional que julga pessoas acusadas de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 44 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

O G7 integra Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bem como a UE.

Leia Também: "Rússia continua a ser o único obstáculo a uma paz justa" para a Ucrânia

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