"Todas as formas de violência contra as mulheres são desprezíveis", disse Josep Borrell em comunicado no Dia Internacional pela Erradicação da Violência contra as Mulheres.
O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança acrescentou que qualquer tipo de violência contra mulheres "constitui uma violação dos direitos humanos" e falhar na sua erradicação "compromete os valores" dos países do bloco comunitário.
A situação é "particularmente grave" no contexto de crises humanitárias, dada a falta de proteção de mulheres e raparigas e as violações sistemáticas dos direitos humanos, recordando os episódios recorrentes e cada vez mais comuns de violações sexuais e tráfico de pessoas.
As mulheres em todo o mundo "continuam a sofrer violência física, sexual, psicológica e económica indescritível", digital e na vida real.
Recordando que a União Europeia foi pioneira na aprovação de legislação para erradicar todo o tipo de violência contra as mulheres Josep Borrell exigiu aos Estados-membros a sua "rápida implementação".
"O nosso compromisso é o de acabar com a violência contra as mulheres em tudo o mundo. Isto é uma prioridade para a UE na sua ação externa, especialmente enquanto o maior doador humanitário", completou, recordando que esse trabalho também tem de ser feito com os países terceiros com os quais a UE tem relações e que têm números abismais de violência contra as mulheres.
Nesta luta, os 27 têm um "compromisso inabalável".
De acordo com o inquérito sobre a violência baseada no género, cerca de 50 milhões de mulheres na UE dizem ter já sofrido violência física (incluindo ameaças) ou sexual na idade adulta, com a Finlândia no topo da tabela (57,1%), seguida pela Suécia (52,5%) e a Hungria (49,1%).
Uma em três mulheres (31%) entre os 18 e os 74 anos sofreram violência física ou sexual na União Europeia (UE), com Portugal a apresentar a terceira menor taxa de queixas (19,7%).
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