Ucrânia, Irão e China em foco na 1.ª conversa entre Kallas e Rubio

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE) conversou esta terça-feira pela primeira vez com o homólogo dos Estados Unidos (EUA), com quem abordou a guerra na Ucrânia, "os desafios" de Pequim e a "influência maligna" iraniana.

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© JOHN THYS/AFP via Getty Images

Lusa
28/01/2025 21:57 ‧ ontem por Lusa

Mundo

União Europeia

"Foi boa a conversa com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Discutimos os problemas globais em que a UE e os EUA têm os mesmos interesses", escreveu Kaja Kallas nas redes sociais.

 

"A União Europeia e os Estados Unidos da América serão sempre mais fortes juntos. Estou esperançosa sobre a possibilidade de um encontro em breve", completou.

A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança acrescentou que abordou com o secretário de Estado dos EUA "a guerra da Rússia na Ucrânia, a influência maligna do Irão e os desafios que a China representa".

Na segunda-feira, Kallas, reconheceu uma "abordagem mais transacional" dos Estados Unidos da América sob liderança de Donald Trump, admitindo negociar com o "aliado mais próximo" para reforçar a cooperação frente a adversários crescentemente alinhados.

Em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas, a ex-primeira-ministra da Estónia disse que a administração do Presidente Donald Trump "tem grandes implicações" para os 27 países do bloco comunitário.

A Casa Branca de Donald Trump "tem uma abordagem mais transacional e a União Europeia tem de se chegar à frente", sustentou.

"Somos mais fortes unidos [na UE]. A União Europeia é um peso pesado económico e um parceiro geopolítico. Os EUA são o nosso aliado mais próximo", completou Kaja Kallas, deixando um aviso à administração Trump: "Os nossos adversários estão a cooperar cada vez mais, nós devíamos fazer o mesmo".

Questionada sobre esta declaração, a alta representante disse que é evidente que Washington tem hoje uma "lógica mais transacional" e que são necessárias "negociações" para lidar com os EUA.

"Não podemos mostrar o nosso 'jogo'", acrescentou a chefe da diplomacia da UE: "Um ministro [durante a reunião] disse, inclusive, que devíamos ouvir o que o Presidente dos EUA diz, mas nem sempre é necessário levar em conta o que diz, palavra por palavra".

Face à insistência dos jornalistas sobre as ameaças que Donald Trump fez sobre anexação da Gronelândia, território autónomo dinamarquês, Kaja Kallas foi contundente: "Não vamos negociar a Gronelândia, é um território de um Estado-membro".

Leia Também: Casa Branca suspende financiamento a agências federais dos Estados Unidos

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