O governo eslovaco exprime o seu "forte protesto contra as declarações feitas pela parte ucraniana", escreveu nas redes sociais o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Juraj Blanar.
Na terça-feira, o Governo ucraniano comentou, no seu site oficial, as grandes manifestações da semana anterior contra a viragem da Eslováquia desde que o primeiro-ministro nacionalista regressou ao poder em outubro de 2023.
Kyiv protestou contra as acusações que lhe foram feitas por Robert Fico, que afirmou que a Ucrânia estava a apoiar um golpe de Estado na Eslováquia.
"O lado ucraniano alertou repetidamente para o perigo da política pró-russa da liderança eslovaca", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"O resultado é óbvio: Robert Fico e alguns deputados eslovacos foram envenenados pela propaganda russa", acrescentou Juraj Blanar, denunciando as "observações absurdas" feitas pelo funcionário eslovaco.
Robert Fico, um dos poucos dirigentes da União Europeia e da NATO próximos do Kremlin, comprometeu-se a reforçar os laços com Moscovo e suspendeu o fornecimento de material militar à Ucrânia, que regularmente vilipendia.
As relações entre os países ficaram afetadas desde que Kyiv fechou a torneira do fornecimento de gás, a 1 de janeiro, depois de o contrato assinado com Moscovo ter expirado no final de 2019.
A Eslováquia juntou-se à vizinha Hungria, que se mantém próxima do Kremlin e que também convocou o embaixador ucraniano em 2022 para protestar contra os "insultos" de Kyiv sobre a sua posição relativamente à invasão russa.
Ainda ontem, Robert Fico disse que confiava que a UE leve a Ucrânia a permitir de novo a passagem do gás russo pelo seu território, após terminar o contrato com a Gazprom em 1 de fevereiro.
Volodymyr Zelensky informou que jamais deixaria passar pelo seu território gás russo e abriu a porta para gás proveniente do Azerbaijão.
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