"Temos de equilibrar os nossos fluxos turísticos de uma forma mais inteligente para não criar sobrecarga em algumas áreas, enquanto alguns lugares de uma beleza espantosa são deixados de fora desta indústria turística", registou, numa audição conjunta das comissões de Assuntos Europeus e Economia, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.
Tzitzikostas reconheceu que "existem várias ameaças, questões, problemas" para resolver, como o turismo desequilibrado ou a dificuldade em gerir os fluxos turísticos "de uma forma mais inteligente".
Sobre o setor, responsável por entre 13 a 14% do Produto Interno Bruto (PIB) português, o comissário grego assinalou que tem de se investir em regiões que "ainda não são tão conhecidas" pelos turistas.
Nesse sentido, destacou a necessidade de estar em contacto com as entidades interessadas nas regiões, como as cidades ou o setor privado, para que estas estejam envolvidas na promoção destes destinos, "mas também na gestão dos fluxos de uma forma mais inteligente".
"Temos de proteger o nosso ambiente, o nosso património cultural, os nossos monumentos. Por isso, para um turismo mais equilibrado, temos de resolver o problema da falta de pessoas, resolver o problema da falta de trabalho no turismo", sublinhou.
Um das ideias partilhadas pelo comissário grego diz respeito à gestão das chegadas de navios cruzeiros a portos, "para que não cheguem ao mesmo tempo, à mesma hora, criando uma enchente de turistas, que não é bom nem para os visitantes, em para as comunidades locais".
"É muito importante protegermos as nossas comunidades locais e fazê-las sentir que todos beneficiam com o turismo", defendeu.
Um outro desafio para o setor turístico passa por atrair pessoas para trabalhar no setor ou digitalizar as empresas envolvidas.
"Precisamos também de digitalizar o setor, nomeadamente as pequenas e médias empresas (PME) envolvidas, precisamos de tornar as nossas infraestruturas mais resistentes devido às mudanças que ocorreram, temos de ver o que está a acontecer no mundo, em Valência, e também noutros países", acrescentou, referindo-se aos efeitos de fenómenos meteorológicos adversos.
Apostolos Tzitzikostas disse ainda que o turismo "tem sido uma indústria de peso para a Europa".
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