"Recebemos alertas de que a ocupação [Israel] demoliu uma casa no bairro de al-Damj, no campo de Jenin, com uma mulher e três crianças nos escombros", disseram os serviços de emergência num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
"A mulher e as crianças ainda estão vivas", disse o chefe da equipa de salvamento local, Abdul Latif Abu Amsha, à agência noticiosa oficial palestiniana WAFA.
Os residentes do campo de refugiados, que está sob cerco militar do exército israelita desde 21 de janeiro, alertaram as equipas de socorro depois de terem ouvido gritos nos escombros da casa.
À chegada, os socorristas falaram com a mulher e confirmaram que ela e as três crianças estavam vivas.
A operação estava a decorrer sem o recurso a maquinaria pesada para remover os escombros dada a devastação das estradas do campo após 15 dias de incursão militar israelita com veículos, 'bulldozers' e atiradores furtivos.
O campo de refugiados foi o ponto de partida da operação "Muro de Ferro" do exército israelita, uma vasta ação "antiterrorista" durante a qual já foram mortas mais de 20 pessoas na província de Jenin.
O exército israelita disse na segunda-feira que matou mais de "50 terroristas" numa operação que poderá durar semanas.
Disse também que deteve mais de uma centena de pessoas e confiscou armamento.
A porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), Juliette Touma, disse hoje numa teleconferência da ONU que todos os residentes do campo de refugiados foram forçados a abandonar o local.
Em 2023, havia mais de 24.000 refugiados palestinianos registados no campo, segundo dados da UNRWA.
"Jenin está a caminhar numa direção catastrófica, grande parte do campo está completamente destruído por detonações e cerca de 100 casas foram destruídas ou severamente danificadas", disse Touma.
Segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), "as operações das forças israelitas tornaram-se a principal causa de deslocação na Cisjordânia, sendo responsáveis por 42% das deslocações documentadas".
Os dados referem-se ao período entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, de acordo com o OCHA.
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