Os pais de Louise, a menina de 11 anos assassinada quando voltava da escola, em França, voltaram a pronunciar-se após o crime, que ocorreu no passado dia 7 de fevereiro.
A criança foi esfaqueada numa floresta em Longjumeau, em Essonne, nos arredores da sua casa, após ter sido atraída por um vizinho, de 23 anos, que alegou que precisava da sua ajuda para encontrar algo perdido.
"Sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025 é uma data que ficará marcada nos nossos corpos e nos nossos corações. A nossa filha, a nossa princesinha, foi tirada de nós. Nós vivenciámos e estamos a vivenciar a pior tragédia que qualquer pai ou mãe pode vivenciar: a perda de um filho amado", começaram por referir os pais numa carta citada pelo jornal Le Parisien.
Falando numa "dor e sofrimento indescritíveis", os pais descreveram Louise como uma menina cheia "de ternura e amor", que não "será mais nada além de memórias, certamente memórias maravilhosas, mas apenas memórias".
"A Louise é a nossa querida menina, mas agora temos de usar o pretérito perfeito. É simbolicamente difícil. Como todos os pais, não somos objetivos, mas a Louise era um verdadeiro tesouro. Era linda, meiga e carinhosa. Adorava a vida, os animais e os seus peluches. Tinha uma paixão por Stitch, Harry Potter e tudo o que fosse 'kawaii'", recordaram.
A criança era "tímida", mas estava a começar a "abrir-se pouco a pouco com a ginástica" e "fez amigos". "Era uma menina adorável e doce, mas foi-nos tirada", lamentaram, acrescentando que a sua ausência "despedaça" corações e a família está a tentar "lidar com este trauma".
"Precisámos, e ainda precisamos, de nos isolar e criar a nossa própria bolha de intimidade. É isto que nos permite reconstruir juntos sem ela, mas sempre com ela. Ela inunda os nossos pensamentos com amor, continua a ser doloroso, mas também é bom para nós", escreveram.
Apesar do "isolamento", a família diz ter um "grande apoio" de outros familiares e de amigos, que "também estão a sofrer a perda da sua neta, sobrinha ou prima", e agradeceu a "gentileza, atenção e empenho" das autoridades. "Sem o seu apoio, proteção e dedicação, estaríamos sem dúvida perdidos e não teríamos podido organizar o enterro da nossa princesa como desejávamos", explicou.
Os pais destacaram ainda a "onda de solidariedade de toda a França" após o desaparecimento da menina. "Organizaram-se espontaneamente grupos de busca ao lado da polícia. Assim que foi anunciada a descoberta do corpo sem vida de Louise, uma onda de compaixão e empatia irrompeu em diferentes locais", recordam os pais, agradecendo "profundamente" as "palavras de bondade e humanidade".
"Sem o saberem, comunicaram-nos a mais bela homenagem em sua memória: a de vivermos juntos. Ela estava aberta aos outros. Era generosa. Isso estava de acordo com os seus valores. Mais uma vez, obrigado", terminaram.
A menina foi esfaqueada até à morte por um vizinho, identificado como Owen L., de 23 anos, que a atraiu para uma floresta quando regressava das aulas, pelas 13h50 de 7 de fevereiro.
O suspeito pediu-lhe ajuda para encontrar algo, mas "quando chegaram a um local tranquilo, ele disse-lhe que ia revistar as coisas dela para roubar dinheiro, enquanto a ameaçava com uma faca", segundo o procurador de Essonne, Grégoire Dulin.
Após a ameaça, a Louise "começou a gritar" e, "em pânico, ele atirou-a para o chão e esfaqueou-a".
O desaparecimento da jovem foi divulgado pelos pais e, cerca de 12 horas após o alerta, a polícia descobriu o corpo de Louise Lasalle.
Leia Também: Família de criança assassinada em França pronuncia-se pela primeira vez