Erdogan considera apelo de Öcalan "oportunidade histórica" para a Turquia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou hoje que o apelo feito na véspera pelo líder histórico do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan, para virar a página da luta armada, representa uma "oportunidade histórica".

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© Alexis Mitas/Getty Images

Lusa
28/02/2025 18:39 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Turquia

"Temos uma oportunidade histórica de avançar para o objetivo de destruir o muro do terrorismo", declarou o chefe de Estado turco.

 

"Nenhum membro desta nação, seja turco ou curdo, perdoará quem quer que seja que bloqueie este processo com discursos ou ações ambivalentes, como aconteceu no passado", acrescentou Erdogan, advertindo contra "provocações".

"Manter-nos-emos atentos para garantir que o processo em curso seja concluído com êxito", afirmou o Presidente turco, apelando para que "este período crítico (...) seja gerido com calma, serenidade, paciência e sinceridade".

Numa mensagem lida na quinta-feira por deputados pró-curdos que o tinham visitado na prisão no mesmo dia, Abdullah Öcalan ordenou ao PKK, que fundou em 1978, que "deponha as armas e (...) se dissolva", afirmando "assumir a responsabilidade histórica desse apelo".

O conflito entre o Estado turco e o PKK, classificado como movimento terrorista por Ancara e pelos seus aliados ocidentais, causou mais de 40.000 mortos desde 1984.

"Quando a pressão do terrorismo e das armas for eliminada, o espaço democrático da política expandir-se-á naturalmente", assegurou hoje o chefe de Estado turco.

Na quinta-feira, o presidente da região semiautónoma do Curdistão iraquiano, Nechirvan Barzani, saudou o apelo do líder histórico PKK para que o movimento se dissolva e deponha as armas.

"Acolhemos calorosamente a mensagem de Öcalan (...) e apelamos ao PKK para que a cumpra e a ponha em prática", declarou Barzani na rede social X (antigo Twitter).

"Nós, na região do Curdistão, apoiamos plenamente o processo de paz", acrescentou, argumentando que através da "luta pacífica, civil e democrática" se obtêm "melhores resultados" do que através da violência.

Por essa razão, ofereceu a ajuda do Curdistão iraquiano para um hipotético processo de paz na vizinha Turquia e elogiou também o papel do Presidente turco e do seu Governo, "que tem trabalhado pela paz com uma visão clara".

Após quase quatro décadas de insurreição, Öcalan, há 26 anos na prisão, propôs agora a convocação de um congresso para formalizar a dissolução do PKK, com o objetivo de iniciar um novo processo de paz.

Um processo negocial entre o Governo turco e o PKK teve início em 2013, mas fracassou em 2015, tendo-se-lhe seguido uma vaga de combates em zonas de maioria curda no sudeste e no leste do país.

Embora o PKK tenha reivindicado desde a sua fundação a criação de um Estado independente, defende agora uma maior autonomia nas zonas de maioria curda, principalmente no leste e no sudeste da Turquia, parte do que é considerado o Curdistão histórico, que também se estende a partes da Síria, do Iraque e do Irão.

Leia Também: Costa quer UE e Turquia "mais perto" para parar guerra na Ucrânia

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